Risco econômico na produção de tomate de mesa: análise para as regiões de Mogi Guaçu/SP e Caçador/SC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Moreira, Marina Marangon
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11153/tde-11122023-170519/
Resumo: A gestão dos negócios agropecuários envolve diversos desafios considerando as incertezas e o risco ao qual estão suscetíveis. Na tomaticultura, as particularidades na produção da cultura parecem elevar ainda mais as incertezas, dificultando a proteção ao risco, sendo relevante a análise dos riscos econômicos aos quais os produtores estão sujeitos. Para isso, o objetivo geral deste trabalho é avaliar e mensurar os riscos de liquidez e de rentabilidade para produtores de tomate de mesa na microrregião de Mogi Guaçu, em São Paulo, e na microrregião Caçador, em Santa Catarina, importantes em termos de produção do Brasil, considerando dados do período de 2010 a 2021. A metodologia da pesquisa se baseou na abordagem quantitativa, sendo os dados coletados e disponibilizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Universidade de São Paulo. Foi feita a caracterização de três propriedades típicas: pequena e grande escalas em Caçador/SC e média escala em Mogi Guaçu/SP. Os dados permitiram entender as características dos sistemas de produção em propriedades típicas nas duas microrregiões em termos de uso da terra, tecnologias adotadas e combinações de insumos. Pela análise determinística, dimensionaram-se as estruturas anuais de receitas e custos de produção. Adotou-se o método de simulação estocástica para a geração de números aleatórios envolvendo as variáveis de custo e receitas em cada uma das propriedades típicas. Como indicadores econômicos para análise do risco foram calculados a Receita Líquida Operacional (RLO) e a Receita Líquida Total (RLT), as quais representam os riscos de liquidez (RLO<0) e de rentabilidade (RLT<0), respectivamente. Os resultados apontam que a produção em Caçador/SC é mais arriscada em relação à em Mogi Guaçu/SP, envolvendo a produção do tomate de mesa em períodos de safra de verão e com formato de comercialização mais dependente de intermediários. A propriedade típica de pequena escala foi a que apresentou maior risco de liquidez e de rentabilidade dentre as três propriedades analisadas. O risco de liquidez foi de 3,48% na propriedade de média escala em Mogi Guaçu/SP; de 22,66%, para a pequena escala de Caçador/SC; e, de 20,11%, para a grande escala de Caçador/SC. Ao se adicionar Custo Anual de Recuperação do Patrimônio (CARP), a RLT indica a capacidade de permanência a longo prazo na atividade e o risco de rentabilidade, que foi de 6,98% na média escala de Mogi Guaçu/SP; de 31,32%, na pequena escala de Caçador/SC; e, de 25,94%, para a grande escala de Caçador/SC. As variáveis com maior impacto nos resultados econômicos foram os preços, do lado da receita, e a mão de obra, do lado dos custos, de uso intensivo na cultura. Este trabalho traz as novas contribuições quanto a avaliação do risco econômico na produção de tomate de mesa no Brasil, assim como identifica as variáveis e possíveis ferramentas de mitigação de risco, como a diversificação e reorganização do formato de comercialização, reduzindo a intermediação.