Participação da via P2X7-Inflamassoma NLRP3 no desenvolvimento das consequências comportamentais do estresse

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Roncalho, Aline Lulho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-12072022-152441/
Resumo: A depressão é um distúrbio multifatorial e de alta prevalência, com sérias consequências ao indivíduo deprimido e à sociedade. Os estudos acerca da neurobiologia da depressão objetivam a busca de novos fármacos antidepressivos e o entendimento das bases neurais e mecanismos celulares e moleculares subjacentes à patologia. Nesse sentido, a interação entre os receptores P2X7 e inflamassoma NLRP3 parecem modular as consequências comportamentais da exposição ao estresse e a resposta a fármacos antidepressivos. Dessa maneira, o presente trabalho teve como hipótese que o tratamento com antagonista purinérgico seria capaz de prevenir o desenvolvimento de comportamentos tipo-depressivos e que essa prevenção envolveria o controle da ativação da cascata NLRP3/caspase-1/IL-1β. De maneira complementar, hipotetizamos também que o tratamento com o inibidor da cascata de inflamassoma NLRP3 seria capaz de prevenir os efeitos comportamentais induzidos pelo estresse e que este efeito teria o envolvimento de componentes do sistema purinérgico. Os resultados mostraram que o tratamento repetido com fluoxetina (10mg/kg) foi capaz de induzir efeito tipoantidepressivo em parte dos animais submetidos ao modelo de desamparo aprendido, sendo os níveis de RNAm de NLRP3 no HPCd destes animais menores do que os animais não responsivos ao tratamento, indicando que a supressão da via P2X7-NLRP3 pode fazer parte do mecanismo de ação da fluoxetina. O tratamento com BBG (antagonista P2X7), o tratamento com MCC950 (inibidor de inflamassoma) e o tratamento com cetamina não foram capazes de reduzir o número de falhas nos animais submetidos ao modelo de desamparo aprendido. De maneira semelhante, a associação de BBG com fluoxetina e de cetamina com fluoxetina também não apresentou efeito tipoantidepressivo nos animais. A associação de fluoxetina com inibidor de inflamassoma MCC950 foi capaz de reduzir o número de falhas dos animais submetidos ao desamparo aprendido, constituindo uma estratégia farmacológica interessante para reverter as consequências comportamentais do estresse.