Da lama ao fogo: tecnologia de pedra e fogueira no Abrigo de Itapeva, SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Tatiane de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-01112019-112347/
Resumo: Esta pesquisa de doutorado trata das ocupações identificadas num período de Cal BP 5.585 a 5.505 até Cal BP 645 a 585 no Abrigo de Itapeva, município de Itapeva, estado de São Paulo. Com enfoque contextual, leva em consideração a tese de que grupos humanos estão se relacionando e que interagiam entre si apresentando aspectos de emaranhado cultural conforme as relações ambientais, estratigráficas e de cultura material lítica observada em três escalas de análise. A primeira escala abrange o ambiente das populações que ali habitaram conforme análises de fitólitos efetuados nos sedimentos e em crostas de fragmentos cerâmicos, além das revisões bibliográficas que versam sobre a região e a geomorfologia da área cotejada com estudos de pedologia. A análise de fitólito em crostas cerâmicas foi capaz de demonstrar que na região entre Cal BP 645 a 585; Cal BP 575 a 540 era predominante o ambiente de cerrado, enquanto as análises em sedimentos demonstraram que em sua base havia níveis mais frios. A segunda escala lida com a sedimentologia e os processos dinâmicos de transformações dos depósitos sedimentares que constituem o sítio na tentativa de determinar a estratigrafia do sítio arqueológico e os processos de formação do sítio, foi capaz de estabelecer níveis ocupacionais. Na terceira escala de análise, a micromorfologia de solos foi capaz de estabelecer a existência de estruturas de combustão e suscitar questões a respeito de processos formativos em microescala. De outra forma, a análise do material lítico demonstrou a aplicação de técnicas específicas para diferentes matérias-primas e que artefatos definidos em função de classificações como Umbu, Humaitá ou Itararé retinham traços técnicos hibridizados. Também foram analisados artefatos com pouco implemento técnico, revelando que a tecnologia lítica não é rígida. Conforme esses resultados foi possível afirmar que no período delimitado nesta pesquisa, o Abrigo de Itapeva era visitado por grupos com conhecimento territorial, havendo poucos aspectos relacionados a fronteiras territoriais e que as condições ambientais foram estratégicas para o processo de hibridização ocorrido.