Estruturas silábicas do português do Brasil: uma análise tipológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Marques, Luciana Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-06082009-163245/
Resumo: A linguagem, manifestação natural do ser humano, vem sendo estudada por pelo menos dois milênios. No entanto, a comunidade científica em geral ainda reluta em considerar o estudo da linguagem humana (lingüística) como uma ciência. Certamente a forma como se estuda a linguagem influencia nessa opinião. A dicotomia entre língua e fala atribuída a Saussure (1970) ainda guia grande parte dos estudos científicos hoje em dia. Essa dicotomia ainda faz surgir grandes debates no mundo lingüístico. Se um pesquisador opta por estudar a fala, ele/ela provavelmente não vai lidar com língua e vice-versa. No entanto, nos últimos anos, essa perspectiva vem mudando, sob o impulso de pesquisadores como Ohala (1990) e Lindblom (1986), que perpetuam as fundações já estabelecidas no começo do século 20 por Rousselot (1904). Isso não significa que uma tendência lingüística mais baseada na substância negue qualquer princípio da teoria fonológica contemporânea. Ao contrário, procura prová-las baseando-se em paradigmas da ciência experimental. Dados de fala permitem fazer analises robustas de fenômenos lingüísticos, e paradigmas experimentais se aplicam bem a esses fenômenos. Essa é a perspectiva adotada por essa dissertação. Baseado na tipologia das línguas, e na teoria molde/conteúdo de evolução da fala (MACNEILAGE, 1998; 2008), este estudo objetiva situar o português do Brasil na tipologia das línguas do mundo, de forma a mostrar como seus padrões silábicos respeitam certas restrições neurológicas, psicológicas e sensoriais. Para alcançar esse objetivo, um banco de dados do português dividido em sílabas foi feito. Esse banco de dados foi analisado com um programa desenvolvido especificamente para estudos tipológicos da sílaba. Alguns fenômenos lingüísticos, tais como associações silábicas labial-central, coronal-frontal, dorsal-posteiror e o efeito L.C. (labial-coronal) são discutidos dentro do quadro da teoria molde/conteúdo.