Teoria fonológica e variação: a queda de sílaba em Capivari e em Campinas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Leal, Eneida de Goes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-20082012-105438/
Resumo: Esta tese trata da comparação dos dialetos de Capivari e de Campinas, com o objetivo de verificar se há uma mesma regra de queda de sílaba nas duas cidades ou se cada um dos dialetos tem características diferentes para o processo. O trabalho tem base na teoria fonológica gerativista e na sociolinguística variacionista, analisando variáveis linguísticas e sociais. As interferências linguísticas analisadas foram os segmentos do contexto de queda de sílaba (com a geometria de traços, cf. Clements & Hume 1995), as estruturas silábicas (cf. Selkirk 1982), a estrutura métrica (Hayes 1995), a prosódia (Nespor & Vogel 1986) e, da palavra sujeita à queda, verificamos o número de sílabas e a frequência de uso; quanto às sociais, analisamos a escolaridade, o gênero, a faixa etária e a cidade dos informantes. No nível segmental, vimos que a igualdade dos segmentos não interfere em Capivari, mas há uma interferência em Campinas. Com relação às consoantes, pudemos observar que coronais favorecem e nasais desfavorecem, em ambos os dialetos. No entanto, há uma grande diferença na implementação no contexto consonantal com dorsais: o processo é favorecido em Capivari e desfavorecido em Campinas. No que concerne às vogais, pudemos verificar que há diferenças nas duas cidades, pois sequências [coronal + coronal] e [dorso-labial + coronal] são neutras ao processo em Capivari e favorecem em Campinas. No nível suprassegmental, para as estruturas das sílabas, as cidades diferem se a primeira sílaba for uma CV seguida de outras estruturas: há uma neutralidade em Capivari e em Campinas há um favorecimento. Com relação a número de sílabas, o tamanho da palavra importa para Capivari (quanto maior a palavra, há um leve favorecimento), enquanto que esta variável não foi selecionada em Campinas. No âmbito lexical, foi visto que a frequência de uso da palavra sujeita à queda importa para o dialeto de Campinas (palavras de frequência média de uso favorecem levemente; palavras de frequência alta, há uma neutralidade; e palavras de baixa vii frequência desfavorecem um pouco). Uma vez que esta variável não foi selecionada em Capivari, podemos concluir que há uma diferença na queda de sílaba nas duas cidades, com relação a frequência de uso da primeira palavra. Assim, podemos afirmar que há diferenças segmentais, suprassegmentais e lexicais nas duas cidades; só há semelhanças com relação à Cavidade Oral das Consoantes sem distinguir a nasalidade entre as variantes (pois esta variável não foi selecionada em nenhuma das cidades), e com relação à Prosódia (os resultados foram muito parecidos: há um leve favorecimento entre duas frases fonológicas, neutralidade entre grupos clíticos e um pouco de desfavorecimento entre frases entonacionais).