Avaliação do programa nacional de suplementação de ferro no controle de anemia, em crianças de 6 a 24 meses, assistidas nos centros de educação infantil do município do Guarujá

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Stulbach, Tamara Eugenia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-16012009-155209/
Resumo: Introdução: A anemia por deficiência de ferro em crianças é um dos maiores problemas nutricionais enfrentados pelos países em desenvolvimento. O Programa Nacional de Suplementação de Ferro instituído no Brasil em 2005, que visa o controle dessa deficiência nutricional, consiste na suplementação semanal, com sulfato ferroso, distribuído gratuitamente nos postos de saúde, a crianças de 6 a 18 meses. Objetivo: verificar a efetividade do Programa Nacional de Suplementação de Ferro no controle da anemia ferropriva, em lactentes atendidos nas creches municipais do Guarujá. Metodologia: O trabalho foi autorizado pelas Secretarias Municipais de Saúde e Educação do município e teve o consentimento livre e esclarecido dos responsáveis pelas crianças.Os responsáveis responderam no início do estudo a um questionário sobre as características sociais, econômicas e hábitos alimentares da família.Todas as crianças entre 6 e 24 meses de idade, durante um período de 24 semanas, receberam doses semanais de sulfato ferroso conforme às recomendações propostas pelo Programa Nacional de Suplementação de Ferro.As crianças foram avaliadas quanto à prevalência da anemia e o sucesso da intervenção que foi determinado pelos valores de concentração da hemoglobina no início e após o período de intervenção. Resultados: Participaram do estudo 136 crianças. A maioria das famílias (64%) recebia menos de 2 salários mínimos e 58% delas declararam ser a mãe o chefe da casa. A escolaridade foi definida considerando anos completos de estudo e 46,3% estudou por 8 anos ou mais. O estado nutricional das crianças foi avaliado pelas curvas de referência da OMS (2006) e CDC (2000). Verificou-se que, independente da referência utilizada as crianças apresentaram percentual importante de déficit estatural e de sobrepeso. Pelo padrão da OMS (2006), 30,8% das crianças foram diagnosticadas com baixa estatura, enquanto pelo CDC (2000) a prevalência foi de 18%. O sobrepeso foi observado em 24% pela OMS (2006) e 18% pelo CDC (2000). A prevalência de anemia no início do estudo foi de 39% e de 30,8% no final do período de intervenção. Entre as crianças inicialmente anêmicas foi observado um aumento médio da concentração de hemoglobina de 1,19g/dL ( p = 0,000). Independente do estado inicial da criança a intervenção foi eficaz na redução da anemia. A alimentação no domicílio mostrou-se bem semelhante àquela oferecida na creche. A presença de alimentos fontes de ferro natural e/ou fortificados foi observada em todas as refeições, mas, mesmo assim, a ingestão dietética do nutriente em pauta não atingiu a quantidade recomendada para atender a necessidade dos lactentes. Sendo assim a suplementação profilática oferecida pelo Programa Nacional de Suplementação de Ferro é fundamental para atender à demanda do mineral e assim permitir o adequado desenvolvimento dos menores de 2 anos. Conclusão: Sendo os lactentes um grupo de risco para a deficiência de ferro e considerando as inúmeras conseqüências deletérias acarretadas por essa carência nutricional o Programa Nacional de Suplementação de Ferro vem possibilitar o controle dessa desnutrição. Para combater a anemia é necessário intensificar medidas educativas que destaquem a importância da carência, e assim aumentar a aderência ao programa e melhorar a qualidade de vida das crianças.