A influência do envelhecimento nas variáveis espaciais e temporais da marcha e a capacidade de adaptação da marcha sob estímulo visual em idosos de 60 a 102 anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Magnani, Paola Errera
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-24082020-094400/
Resumo: Com o aumento da expectativa de vida, é importante entender a influência do envelhecimento na marcha, uma vez que esta atividade está relacionada à independência do idoso e pode ajudar no desenvolvimento de estratégias de saúde que incentivem o envelhecimento bem-sucedido em todas as fases deste processo. Os idosos de diferentes idades são submetidos a vários estímulos visuais enquanto andam pelas ruas em suas atividades diárias, o que pode afetar sua marcha de maneira prejudicial ou benéfica. Objetivos: Comparar parâmetros da marcha com velocidades usuais e rápidas, identificar quais das variáveis são melhores para identificar diferenças entre os diferentes grupos etários. Comparar estratégias de adaptação durante a marcha associadas a dupla tarefa relacionadas às atividades rotineiras, a fim de identificar a influência do estímulo visual sobre esses parâmetros em idosos independentes e autônomos durante todo o processo de envelhecimento (60 a 102 anos) Métodos: Tratam-se de dois estudos observacionais, transversais, desenvolvido na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Foram avaliados 200 idosos com idade entre 60 e 102 anos. Em ambos os estudos a amostra foi dividida em faixas etárias. A marcha foi avaliada nas seguintes situações: 1) marcha habitual (MH) 2) marcha rápida 3) marcha com estimulação visual (MEV) fornecida por um semáforo de pedestres e 3) MEV associada a uma tarefa cognitiva (MEV-C) O equipamento GAITRite Platinum foi utilizado para avaliar as variáveis da marcha. Os dados são reportados como média e desvio padrão, com nível de significância de 5% (p <0,05). Resultados: A comparação entre os grupos tanto na marcha habitual quanto na marcha rápida revelou diferença significativa em todas as variáveis demonstrando que nessas avaliações foram possíveis observar a influência do envelhecimento nos parâmetros de marcha. Além disso, pode-se observar que variáveis como velocidade da marcha e comprimento do passo apresentaram maiores tamanhos de efeito na comparação intergrupos (marcha usual: 0,48 e 0,47; marcha rápida: 0,36 e 0,40; respectivamente), possivelmente mostrando que essas variáveis podem detectar melhor a mudanças observadas com o aumento da idade. Para aumentar a velocidade da marcha, idosos de 60 a 89 anos utilizaram estratégias de aumento da duração e cadência do passo, enquanto indivíduos com mais de 90 anos utilizaram apenas estratégias de aumento da cadência. Pode-se observar que os parâmetros da marcha (velocidade da marcha, cadência e comprimento do passo) melhoram na condição MEV em comparação à MH. Além disso, a comparação da MEV e MEV-C revelaram uma diminuição na velocidade da marcha em todas as faixas etárias quando a tarefa cognitiva foi adicionada, embora essa redução tenha sido mais acentuada em indivíduos com mais de 70 anos. Conclusão: Existem diferenças no desempenho da marcha de idosos de diferentes faixas etárias nas velocidades habituais e rápidas da marcha, o que é mais evidente em relação às variáveis velocidade da marcha e comprimento do passo. Recomendamos o uso da marcha habitual para a identificação dos efeitos do envelhecimento, pois, além de apresentar valores de tamanho de efeito mais altos, é mais confortável e requer menos esforço dos idosos. Os adultos mais velhos são capazes de alterar seus parâmetros da marcha de maneira benéfica quando recebem um estímulo visual e a dupla tarefa cognitiva parece prejudicar a marcha, sendo mais evidente em adultos com mais de 70 anos. Nas situações em que ocorre o estímulo visual, os idosos utilizam diferentes estratégias de acordo com a faixa etária, fato que mostra a importância de uma avaliação específica, sempre levando em consideração a faixa etária, para manter a máxima funcionalidade, permitindo assim uma melhor socialização.