Teixeira de Pascoaes revisitado: um ensaio sobre literatura e ausência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ferraz, Roberta Almeida Prado de Figueiredo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-21122016-132849/
Resumo: A obra de Teixeira de Pascoaes, quando lida como um todo dialogante, sugere-nos a forma de um romance da saudade, na medida em que evoca a concepção romântica do romance como livro absoluto. Neste sentido, Pascoaes é um autor vinculado às questões maiores do Romantismo inicial: a imbricação sujeito-paisagem numa arte que se quer próxima da natureza; a diluição do eu na matéria da escrita; o sonho como acesso ao real; a fundação do mundo pela poesia; e a ironia como dispositivo de ambiguação. Estes temas e questões estéticos são revisitados sob sua poética da saudade, que, trabalhada ao longo de toda a obra, permite-nos que seja lida em potente intratextualidade. A saudade é, sobretudo, uma maneira de ler o humano a partir de seus sinais de ausência; e o lugar maior de visualização e encontro com a fantasmagoria do sujeito é a literatura. Tal princípio confere aos textos pascoaesianos uma dimensão metalinguística central, já que falar do fantasma é falar da imagem, suporte da escrita. Lê-se, aqui, portanto, a obra de Pascoaes como um ensaio sobre literatura e ausência, apontando nesta obra a sua complexidade, para além de um entendimento que o reduza a um nível ideológico (saudosista) ou anacrônico (numa disputa de primazia com a modernidade de Fernando Pessoa). Num exame da obra em sua totalidade, este trabalho pretende sublinhar a densidade da poética pascoaesiana pela leitura paradoxal da existência que ela realiza, e reavaliar o complexo lugar de Pascoaes no debate estético de fim de século, num mundo que via nascer a luz elétrica e a psicanálise, e em que o mistério noturno do sujeito começava a ser questionado com mais incisão, fora da tutela religiosa, em pura experimentação estética.