Contação de histórias e dialogia na educação infantil: uma experiência educativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sodré, Leticia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-11042018-124147/
Resumo: A presente investigação, de natureza qualitativa (Denzin e Lincoln, 2000), foi um estudo de caso (Creswell, 1998) com observação participante. A pesquisadora que exercia a função de contadora de histórias na escola de Educação Infantil onde a pesquisa foi realizada semanalmente, durante o ano letivo de 2015, fez uso da narração oral de contos tradicionais para crianças de quatro anos e meio a cinco anos e meio de idade com a finalidade de compreender de que modo elas estruturavam suas falas e sobre que temas problematizavam nessas oportunidades. Posteriormente tal objetivo foi ampliado para investigar de que modo a contação de histórias, aliada ao exercício dialógico, poderia servir às crianças como uma experiência educativa (Dewey, 1959a). Tais encontros semanais foram registrados em áudio e vídeo e os diálogos entre as crianças e a pesquisadora foram posteriormente transcritos e analisados com relação à sua estrutura, a partir de elementos levantados da obra de Bruner (1974; 1986; 1990a; 1990b; 1997a; 1997b; 1999; 2001; 2003), Egan (2002) e Machado (2015); assim como os temas mais problematizados foram destacados e analisados com amparo em literatura específica. Constatamos que as crianças se comunicam de maneira subjetiva, intertextual e imprimindo em suas falas uma espécie de amostra concentrada do que comunica o senso comum, de forma marcadamente binária. Notamos também a essencialidade da mediação do adulto para que não venham a ser reforçados estereótipos e preconceitos. Percebemos que a narração de contos, nesta investigação, foi grande provocadora de conexões com aquilo que as crianças já possuíam de referências do seu universo cultural. Já a prática de um diálogo voltado ao compartilhamento de sensações, pensamentos e imagens internas lhes possibilitou um reconhecimento e uma compreensão mais clara dos seus conhecimentos prévios (Bakhtin, 1992b). Em vista de tal alargamento de margens, e considerando-o como fruto da reflexão e mobilização de esforços das crianças e da pesquisadora, concluímos que houve, nesse contexto, exemplos de uma experiência educativa.