Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Luana Carvalho de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-13052022-110142/
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Resumo: |
Atualmente o número de mulheres imigrantes e refugiadas vem aumentando consideravelmente ao redor do mundo, sendo importante conhecer em profundidade esse processo, de modo a ampliar a visibilidade do fenômeno migratório feminino. Os processos migratórios podem ser fatores de vulnerabilidade, devido ao caráter de desestabilização territorial e cultural. Além disso, quando esse fenômeno ocorre entre mulheres, outros fatores também são observados, devido aos elementos de desigualdade, discriminação e violência de gênero, podendo provocar sofrimento psicossocial a elas. Para satisfatória compreensão da realidade de vida e dificuldades enfrentadas, notou-se a necessidade de realizar uma intersecção de gênero, raça e condições socioeconômicas das mulheres participantes. O objetivo geral deste presente estudo foi analisar os efeitos dos processos migratórios na saúde mental de mulheres imigrantes ou refugiadas na cidade de São Paulo. Trata-se de um estudo exploratório-descritivo transversal de caráter qualitativo, cujos instrumentos de coleta de dados foram questionários sociodemográficos e entrevistas semiestruturadas. A pesquisa ocorreu na cidade de São Paulo, na organização não governamental Cáritas Arquidiocesana de São Paulo e na instituição filantrópica Missão Paz. As participantes do estudo são mulheres imigrantes ou refugiadas frequentadoras desses locais. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto (EERP-USP). Para análise dos dados provenientes dos questionários sociodemográficos, foi utilizada a análise de frequência simples e, para as entrevistas semiestruturadas, foi realizada a análise de conteúdo, proposta por Bardin. Tendo em vista que diversos fatores podem influenciar nas condições de saúde mental das pessoas, o estudo teve como base os determinantes sociais da saúde da OMS, que permitiram a compreensão dos principais elementos que geram vulnerabilidades e riscos para a saúde mental das participantes. Assim, os resultados apontaram uma situação de alta vulnerabilidade nas mulheres participantes, devido às conjunturas como imigrantes ou refugiadas, articuladas aos fatores de opressão de gênero, raça e condição socioeconômica. O estudo evidenciou o sofrimento psicossocial relacionado aos processos migratórios, e foram identificadas diversas situações de discriminação, racismo e xenofobia, sofridas pelas participantes, nas quais os países de origem e a raça destas influenciavam na maneira como eram tratadas no Brasil, revelando um mundo dominado pelas concepções produzidas pelo etnocentrismo europeu de regiões de idioma anglófono. Além disso, evidenciou-se o papel de liderança e o protagonismo assumido pelas mulheres diante dos processos de imigração ou refúgio. Conclui-se que os processos migratórios apresentaram efeitos negativos na saúde mental das participantes do estudo, tais efeitos foram potencializados pelos eixos de gênero, raça e condições socioeconômicas das mulheres, sendo necessárias políticas públicas, assim como conscientização dos profissionais de saúde e demais brasileiros, para maiores oportunidades, suporte e inserção das mulheres imigrantes ou refugiadas no país. Evidencia-se a necessidade de maior destaque aos processos migratórios femininos que, por muito tempo, foram ignorados em discussões voltadas a essa temática. |