Proposta de um protocolo para avaliação da viabilidade de conídios de fungos entomopatogênicos e determinação da proteção ao calor conferida a Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae pela formulação em óleo emulsionável

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Oliveira, Daian Guilherme Pinto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-23022010-082337/
Resumo: Este trabalho teve o objetivo de avaliar, em condições de laboratório, a influência da temperatura e do tempo de exposição na viabilidade e virulência dos fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae em suspensões preparadas com produtos à base de Conídios puros, Arroz+fungo e nas formulações Pó molhável e Suspensão concentrada em óleo emulsionável. Inicialmente foi necessário o desenvolvimento de um método eficiente e econômico para avaliação da viabilidade, especialmente para produtos formulados em óleo emulsionável misturados em água (suspensão de aplicação). Durante o desenvolvimento do método de avaliação foram definidos parâmetros e condições adequadas para cada formulação, como o meio de cultura, e também a influência de antibióticos e fungistáticos. O protocolo estabelecido baseiase resumidamente no plaqueamento de 150 µL de uma suspensão contendo entre 0,7 e 1×106 conídios/mL em placas tipo Rodac® com 5 mL de meio de cultura Batata-Dextrose-Ágar + 5 mg/L de Pentabiótico® e 10 µL/L de Derosal® (Carbendazim), efetuando-se posteriormente a contagem dos conídios germinados. Este método foi comparado com outra técnica de viabilidade direta (VD) e com as técnicas de Unidade Formadoras de Colônia (UFC) e viabilidade por fluorescência, confrontando-se a precisão obtida pelo coeficiente de variação (CV) das análises de cada método. Os resultados demonstraram que além da facilidade de execução, o método desenvolvido apresentou maior precisão que as demais técnicas (com CV até 7 vezes menor em relação à VD, e até 32 vezes menor que UFC). Foi constatado que a técnica de UFC não é adequada para avaliações de produtos formulados, visto que em relação à quantificação inicial subestimou a concentração viável na maioria das formas dos fungos testadas, sendo que nos produtos em óleo emulsionável estes valores foram 54% menores para B. bassiana, e 73% menores para M. anisopliae. A técnica para avaliação da viabilidade da suspensão preparada com produtos formulados em óleo se mostrou eficaz, após a retirada do óleo da suspensão e outras adaptações. Suspensões de produtos e formulações a base de B. bassiana e M. anisopliae foram mantidas a 26°C, 36°C e 46°C por 1h, 4h e 6h e os efeito destes tratamentos foram medidos na viabilidade e virulência dos fungos contra lagartas de Diatraea saccharalis. Verificou-se que quanto maior o tempo de exposição e maior a temperatura, maior é a influência negativa nos parâmetros dos fungos. Entretanto, a formulação em óleo emulsionável foi a que apresentou melhor proteção aos efeitos detrimentais da temperatura. Mesmo após 6h de exposição a temperatura de 36°C a viabilidade se manteve acima dos 85% para ambos os fungos avaliados. Esta formulação também apresentou os melhores resultados de mortalidade dos insetos, e mesmo após 4h de exposição a 46°C atingiu 39% e 50% de eficiência para B. bassiana e M. anisopliae, respectivamente, sendo recomendável para o controle de D. saccharalis. O protocolo para avaliação da viabilidade de conídios de fungos entomopatogênicos proposto constitui-se como uma ferramenta importante para estudos da influência de fatores bióticos e abióticos durante o período de pré-aplicação na eficiência de micoinseticidas.