Egressos de internação psiquiátrica - um olhar sobre o paciente e seu familiar cuidador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cardoso, Lucilene
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-27052008-142204/
Resumo: Com internações psiquiátricas criteriosas e marcadas por períodos mais curtos de institucionalização, pacientes e familiares se tornaram cada vez mais os principais provedores de cuidados em saúde mental. Nesse contexto a cronicidade dos transtornos mentais leva estas pessoas a conviverem com o processo de internação-reinternação, e suas as atividades cotidianas se organizam em torno das possibilidades de tratamento do transtorno mental. O objetivo deste trabalho foi conhecer quem são os egressos de internação e seus cuidadores em relação à: características sócio-demográficas; adesão do paciente ao tratamento psicofarmacológico, manifestação de sintomas psicopatológicos, ocorrência de reinternação e sobrecarga dos cuidadores. Foram entrevistados 48 pacientes e 21 cuidadores. Verificou-se que os egressos de internação psiquiátrica nessa amostra são em sua maioria mulheres (62,5%), residem com familiares (93,8%), com casa própria (70,8%), onde coabitam quatro pessoas (58,4). A renda individual não ultrapassou um salário mínimo para 66,7% dos pacientes, observando que 54,2% possuem até o primeiro grau completo de escolaridade e apenas 14,6% deles exercem algum tipo de trabalho regularmente. A manifestação de sintomas psiquiátricos esteve presente entre os pacientes e mostrou correlação com reinternação e grau de adesão ao tratamento psicofarmacológico. Entre os egressos 70,8% foram classificados com baixo grau de adesão ao tratamento medicamentoso. O baixo grau de adesão ao tratamento medicamentoso é fator relacionado à sobrecarga familiar, porém não é seu determinante. Sabe-se que pacientes com boa adesão ao tratamento têm menos riscos à ocorrência de recaídas e reinternações, mas não estão livres de suas doenças e de todo fardo que essa acarreta em suas vidas. Todos os cuidadores dessa amostra possuíam parentesco com os pacientes e para esses o cuidado sempre trouxe algum grau de sobrecarga. Intervenções de manutenção ao tratamento, educação, ventilação e alívio de crises podem buscar atender à demanda de cuidado dessas pessoas, não se restringindo a apenas garantir adesão ao tratamento psicofarmacológico, mas também visando identificar e minimizar riscos, trabalhar carências e os conflitos sociais, emocionais e financeiros gerados pela manifestação crônica da doença mental. Pesquisas e intervenções acerca das necessidades dos pacientes egressos de internação e de seus cuidadores são importantes para uma atuação sistematizada dos profissionais inseridos em serviços de saúde mental.