Nasalância e nasalidade da voz traqueoesofágica de laringectomizados totais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Defina-Iqueda, Adriana Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17151/tde-23062013-114921/
Resumo: A laringectomia total que resulta em perda da fonte sonora e na reabilitação por meio da voz traqueoesofágica, com a prótese fonatória, tem sido amplamente empregada por apresentar resultados satisfatórios e pela rápida reabilitação. Para a produção sonora traqueoesofágica, participam o esôfago, a transição faringoeosofágica e a faringe. A orofaringe e a rinofaringe mantêm-se preservadas após a laringectomia total e fazem parte do mecanismo de ressonância vocal. Porém, nada se sabe a respeito da interferência da rinofaringe para a produção da voz traqueoesofágica. Por este motivo, o objetivo deste estudo foi determinar os valores da nasalância e a nasalidade da voz traqueoesofágica em laringectomizados totais, usuários de prótese (grupo estudo), falantes do português brasileiro e comparar com falantes laríngeos (grupo controle). O estudo contou com a participação de 25 laringectomizados totais, usuários de prótese traqueoesofágica, destes, 20 homens e cinco mulheres, com idade entre 45 e 82 anos e média de 61 anos e cinco meses. O grupo controle foi composto de 40 voluntários, 28 homens e 12 mulheres, com idade entre 44 e 80 anos e média de 61 anos e nove meses. Todos os participantes foram submetidos ao exame nasovideoendoscópico para avaliação anatomofuncional da rinofaringe e do mecanismo velofaríngeo, à avaliação objetiva da nasalância, realizada por meio de um nasômetro, e à avaliação perceptivo-auditiva da nasalidade. A amostra da fala foi composta por frases orais e nasais padronizadas para o português brasileiro. A avaliação perceptivo-auditiva da nasalidade foi realizada por dois juízes fonoaudiólogos, com experiência na área de voz. Os resultados revelaram que, durante a emissão de frases orais, não houve diferença (p=0,13) entre os grupos, com relação à nasalância. Porém, para as frases nasais, os laringectomizados demonstraram maior nasalância (p=0,001). A sensibilidade da nasalância em identificar o laringectomizado total, durante a emissão das frases nasais, foi de 80% e a especificidade de 72,5%, estipulando-se o valor de corte em 54,5%. Para as frases orais, para o valor de corte de 19,5%, a sensibilidade foi de 36% e a especificidade de 80%. Para a nasalidade, notou-se confiabilidade intrajuiz perfeita ou quase perfeita (Kappa=1,0), em todas as análises. A concordância interjuízes variou de substancial a perfeita ou quase perfeita (Kappa entre 0,715 e 1,0). Comparando-se os achados da avaliação perceptivo-auditiva entre os grupos, eles se mostraram iguais, tanto para as frases orais (p=0,39) quanto para as frases nasais (p=1,00). A sensibilidade da análise perceptivo-auditiva para identificar presença ou ausência da nasalidade nos laringectomizados foi de 100%, tanto para as frases nasais quanto para as orais, a especificidade foi de 0 a 11,1%, e a acurácia, de 80% a 68%, respectivamente para as frases nasais e para as frases orais. Concluiu-se que os laringectomizados totais apresentam maior nasalância nas frases nasais que falantes laríngeos, reforçando que a impedância do trato vocal remanescente, após a laringectomia, não impede a presença de energia acústica nasal para a produção dos respectivos sons percebidos na avaliação perceptivo-auditiva.