Fatores associados ao nível de segurança alimentar e nutricional no município e estado de São Paulo e no Brasil: uma análise dos resultados obtidos pela escala brasileira de insegurança alimentar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Serpa, Camila Munafó
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/89/89131/tde-17122021-170639/
Resumo: A falta de segurança alimentar e nutricional (SAN) consiste em um fenômeno multifatorial, que pode afetar o estado nutricional do indivíduo por ela acometido de diversas maneiras e em qualquer faixa etária. A falta de SAN pode desencadear tanto desnutrição, como obesidade e assim favorecer o aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, o que diminui a qualidade de vida e se constitui um importante problema de saúde pública. Objetivo: Analisar e comparar a força da associação dos fatores socioeconômicos e demográficos à segurança alimentar e nutricional (SAN) no Brasil e áreas geográficas selecionadas. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, transversal e analítico, que utilizou como base os microdados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF/IBGE), realizada nos anos de 2017-2018, envolvendo 757 famílias residentes no município de São Paulo (MSP), 3.406 famílias do estado de São Paulo (ESP) e 49.365 famílias do Brasil. Utilizou-se a técnica de regressão logística multinomial, do tipo ordinal, para o processamento do modelo de associação entre o nível de SAN (nSAN) e as variáveis demográficas, socioeconômicas e clínicas, utilizando o módulo survey do Stata versão 14. Adotouse o nível de significância estatística de 5% e o odds ratio proporcional para descrever as associações. Resultados: A grande maioria dos indivíduos de referência dos domicílios componentes da amostra é do sexo masculino, adulta, com obesidade, sem seguro saúde e que não fazem nenhum tipo de dieta, variando as características de raça/cor e escolaridade entre as três localidades analisadas. Para as três localidades estudadas, encontrou-se proporções elevadas da população com segurança alimentar e nutricional garantida (acima de 59%). As associações encontradas demonstraram que as famílias com pessoas de referência do sexo feminino apresentam maior chance de piora do nSAN, bem como aquelas com menores níveis de saneamento básico e estratos de renda mais pobres, para os quais a chance de piora do nSAN em relação aos estratos de renda mais ricos se eleva em até 12 vezes. Ser de raça branca foi fator protetor à IAN, bem como ter idade mais avançada e mais anos de escolaridade. Conclusão: As características sociodemográficas sexo, raçacor, idade e escolaridade, e socioeconômicas, renda e presença de saneamento básico, apresentam importante associação ao nível de SAN das famílias, quando este é analisado por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Entretanto, faz-se necessária a construção de um instrumento que avalie todas as dimensões da SAN.