Reestruturação comercial e precarização do trabalho: as grandes redes de supermercados na cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cavalcanti, Herodes Beserra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-10042019-103910/
Resumo: Esta pesquisa trata do processo de reestruturação comercial no segmento supermercadista, a partir da segunda metade dos anos 1990, ao destacar o seu impacto para os trabalhadores operacionais do GPA, Carrefour e Walmart, na cidade de São Paulo. Nesse segmento a reestruturação comercial ganhou força com a disseminação da automação comercial, com a maior participação do capital estrangeiro e com as novas práticas de organização do trabalho pautadas na flexibilidade. A ampliação do horário de funcionamento dos supermercados e a redução do número de funcionários por espaço de venda, fazem parte desse processo. Esse fenômeno, que alterou o arranjo do trabalho no interior das lojas supermercadistas, acarretando uma maior intensificação do trabalho, não ficou restrito aos anos 1990, ele expressa um movimento contínuo de transformações. Integrantes do processo que levou a ascensão de um regime de acumulação flexível, essas mudanças acompanham, desde os anos 1970, a crescente popularização do ideário neoliberal, o fortalecimento do setor financeiro e a disseminação de práticas de organização do trabalho de caráter toyotista. Nesta pesquisa, o aperfeiçoamento das tecnologias da automação iniciado com a popularização do código de barras, soma-se as alterações na legislação trabalhista e a crescente flexibilidade da organização do trabalho. Dirigidas por um padrão de desenvolvimento focado no aumento da produtividade e do lucro, tais alterações refletem as contradições da sociedade moderna estruturada na centralidade do trabalho, a afirmação de sua importância desenvolve-se paralelamente a crescente precarização e eliminação dos postos de trabalho. Nesse cenário, é evidente as dificuldades do movimento dos trabalhadores, também da representação sindical em fazer frente ao desafio dessas transformações.