Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Plácido, Ricardo do Ó |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-02122019-152750/
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Resumo: |
Inerente a experiência do rap paulistano, a presente dissertação evidencia de que modo a cultura hip hop se apropria do espaço urbano. Em meio a um processo histórico e geográfico, denota-se nesse contexto como atores sociais oriundos das regiões periféricas por meio de estratégias de negociação e enfrentamento, principalmente com o poder público, conseguem produzir, no final do milênio, uma autêntica cultura de rua. Para tanto, evidencia-se cronologicamente movimentos culturais presentes na cidade de São Paulo no período da pós abolição que, do mesmo modo, criaram formas de resistência e etnicidade mediante políticas públicas eugênicas e racistas. Dessa maneira, é imprescindível compreender como afro-paulistanos a partir de organizações e coletivos, tais como irmandades, cordões de carnaval, times de futebol e associações configuram territórios negros, sobretudo próximos da região central. Importante destacar que, em seguida, a conformação das periferias a partir da segunda metade do século, assim como a efetivação dos bailes blacks espraiados pela metrópole nos anos 70, se faz justamente perante esse legado geográfico. Convém pontuar que, além das ruas, são nos espaços das equipes de som nos anos 80 que a cultura hip hop, assim como o gênero rap, começam a ter visibilidade. Não por acaso, as primeiras produções discográficas da música rap foram patrocinadas por equipes de baile, como Chic Show, Zimbabwe, Black Mad, Kaskatas e etc. Já na década de 90, auxiliados pelo movimento negro através do Instituto da Mulher Negra Geledés, além da influência norte americana no tocante a questão étnica, nesse momento é a temática racial que pauta as letras dos jovens rappers de São Paulo. Frente ao mito da democracia racial, há uma relação de conflito, ora com os meios hegemônicos de comunicação, ora com a polícia. Por outro lado, é nessa época que o rap paulistano se estrutura e se constitui como a voz da periferia e da comunidade negra. Posto isso, o auxílio de fontes como jornais, discos, fotografias, documentários, periódicos, cartografias, relatos e outros materiais colaboram de forma imprescindível para a realização desse projeto. Vale lembrar que é a partir dessa documentação, além das memórias envolvidas dentro da experiência, que se almeja um possível entendimento no que tange ações relativas tanto à cultura hip hop como essencialmente ao elemento rap. |