Dinâmica espaço-temporal da oferta de serviços ecossistêmicos na Macrometrópole Paulista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ikematsu, Priscila
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/106/106132/tde-21122022-181706/
Resumo: A Macrometrópole Paulista é um complexo metropolitano expandido e está submetida aos processos de crescimento urbano e desenvolvimento econômico que marcam as metrópoles que a compõem, resultando em grande ameaça ao provimento de serviços ecossistêmicos nessa importante região do Brasil. Nesse contexto, objetivou-se avaliar a dinâmica espaço-temporal, individual e integrada, da oferta de quatro serviços ecossistêmicos (controle de erosão, armazenamento de carbono, provisão de habitat e regulação hídrica) no contexto macrometropolitano, de forma a contribuir no processo de formulação de políticas públicas e ações nesse território. O mapeamento dos serviços ecossistêmicos foi realizado em dois anos históricos (1985 e 2015) e em dois cenários tendenciais (2030 e 2050). As interações entre os serviços foram verificadas por meio de análises de correlação e álgebra de mapas para a identificação de trade-offs (serviços negativamente correlacionados) e sinergias (coeficientes de correlação positivos), bem como hotspots (áreas com grande oferta de vários serviços ecossistêmicos) e coldspots (áreas com baixos valores de múltiplos serviços ecossistêmicos). A análise do uso e cobertura da terra, que é o principal agente de mudança nos serviços ecossistêmicos, no período de 1985 a 2050, indicou transições de sistemas naturais para ambientes agrícolas ou urbanos, com decréscimo das classes de floresta natural e pastagem e acréscimo das florestas plantadas e das áreas urbanizadas. As taxas de transição nas categorias de uso e a distribuição espacial dos resultados foram distintas nas diferentes unidades regionais da Macrometrópole Paulista nos quatro anos analisados. As Regiões Metropolitanas do Vale do Paraíba e Litoral Norte e da Baixada Santista foram aquelas que apresentaram os maiores potenciais de fornecimento dos serviços ecossistêmicos avaliados, tanto individualmente quanto conjuntamente e, ao mesmo tempo, são regiões submetidas aos processos de expansão urbana desordenada, notadamente em áreas de fragilidade ambiental, como as áreas de risco, áreas de preservação permanente e áreas de mananciais. Essas duas regiões metropolitanas possuem um grande número de áreas legalmente protegidas e, de fato, as áreas com alta oferta de três ou mais serviços ecossistêmicos foram coincidentes com as Unidades de Conservação, reforçando a importância dessas áreas protegidas e indicando novas regiões que podem ser objeto de proteção e conservação por meio de instrumentos legais ou programas e ações do poder público. Ainda restam desafios para incorporar os serviços ecossistêmicos no planejamento territorial da Macrometrópole Paulista, notadamente aqueles relacionados à escala e à qualidade dos dados de entrada dos modelos, às incertezas associadas à modelagem dinâmica, às complexas estruturas de governança e a inclusão de stakeholders nas projeções de cenários futuros. Conclui-se que a rota metodológica proposta para a avaliação da dinâmica espaço-temporal dos serviços ecossistêmicos forneceu importantes subsídios para orientar o planejamento de ações em conservação e recuperação ambiental nessa região estratégica do Brasil.