Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Pinto, Caio Eduardo Novaes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5166/tde-15092023-145208/
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Resumo: |
A doença cardiovascular (DCV) é a maior causa de mortalidade em todo o mundo, sendo a doença dislipidêmica um dos fatores mais comuns para o desenvolvimento da DCV. As estatinas são a primeira linha de tratamento na redução do risco de DCV aterosclerótica. Apesar do bom resultado terapêutico com o uso da estatina, efeitos adversos podem ocorrer no músculo esquelético, com comprometimento da tolerância ao exercício em alguns pacientes e redução da capacidade cardiorrespiratória. Alguns ensaios clínicos randomizados mostram que o uso da estatina prejudica a função mitocondrial e reduz a adaptação do treinamento físico com baixa resposta do consumo pico de oxigênio (VO2 pico). Porém, ainda não se conhece se o uso da estatina em diversas populações, incluindo a insuficiência cardíaca (IC), pode atenuar a resposta do VO2 pico em pessoas fisicamente ativas. Nosso estudo analisou testes cardiopulmonares máximos ao esforço em esteira ergométrica em participantes homens e mulheres, maiores de 18 anos, em uso de estatinas e outras medicações, fisicamente ativos e fisicamente inativos, com função cardíaca normal ou disfunção cardíaca. Foram analisados 33.804 testes cardiopulmonares dos quais, 28.295 foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão. Foram incluídos na análise final 4.941 participantes sem disfunção cardíaca (76% homens, idade média de 42±13 anos; e 24% mulheres, idade média de 41±13 anos) e 567 com IC (75% homens, idade média de 52±12 anos; e 25% mulheres, idade média de 52±13 anos). Nos participantes sem disfunção cardíaca, o modelo de regressão linear multivariado mostrou que a estatina foi associada com uma redução significativa do VO2 pico (-4,164 [-4,829, -3,499] mL/kg/min, p<0,01) após ajuste para idade, sexo, uso de betabloqueadores, antiarrítmicos, presença de diabetes e nível semanal de atividade física. Observamos que esta redução do VO2 pico foi atenuada naqueles participantes com maior volume semanal de atividade física (150 a 300 minutos/semana: 3,175 [2,681; 3,669] mL/kg/min; 301 a 600 minutos/semana: 4,516 [3,736; 5,297] mL/kg/min; e >600 minutos/semana: 6,899 [5,433; 8,365] mL/kg/min, todos p<0,01). Nos pacientes com IC, o modelo de regressão linear multivariado mostrou que a estatina não foi associada a uma redução do VO2 pico (0,211 [-0,972, 1,394] mL/kg/min, p=NS) após ajuste para idade, sexo, uso de betabloqueadores, antiarrítmicos e glicosídeos cardíacos, níveis de atividade física, hipertensão e diabetes. Nos pacientes com IC, observamos que maiores níveis de atividade física foram associados ao aumento significativo do VO2 pico (201 a 300 minutos/semana: 4,608 [1,372; 7,843] mL/kg/min, p<0,05; e >300 minutos/semana: 7,027 [3,694; 10,361] mL/kg/min, p<0,01). O uso da estatina foi associado com um menor VO2 pico na população sem disfunção cardíaca, mas não entre os pacientes com IC. Nosso estudo sugere que o uso de estatinas em indíviduos com função cardíaca normal, este efeito adverso pode ser atenuado com volume de exercício físico adequado (acima de 150 minutos/semana para indivíduos sem disfunção cardíaca) |