Importância dos corredores ripários para a fauna - pequenos mamíferos em manchas de floresta, matriz do entorno e elementos lineares em uma paisagem fragmentada de Mata Atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Naxara, Laura Regina Capelari
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-15122008-102749/
Resumo: Essa dissertação de mestrado objetivou avaliar a importância dos corredores ripários para a fauna em uma paisagem fragmentada de Mata Atlântica. Em quatro sistemas compostos por fragmento - corredor fragmento avaliamos tanto a assembléia de pequenos mamíferos (capitulo 2) como a qualidade do habitat através da estrutura da vegetação e da disponibilidade de recurso alimentar para a fauna (capitulo 3). No capitulo 2 comparamos a assembléia de pequenos mamíferos entre áreas abertas do entorno, corredores ripários, bordas e interiores de fragmentos. Verificou-se uma forte segregação na distribuição das espécies entre áreas abertas da matriz e os habitats florestados. Todas as espécies endêmicas só foram capturadas nos habitats florestais, enquanto que a matriz de áreas abertas abrigou uma assembléia de pequenos mamíferos composta exclusivamente por espécies não endêmicas ao bioma Mata Atlântica e apenas duas espécies não-endêmicas ocuparam todos os habitats. Observou-se ainda, que as flutuações temporais na abundância das espécies não diferiram entre habitats, ou seja, as diferenças que encontramos na distribuição das espécies não dependeram da sessão de captura. Além disso, a riqueza e abundância das espécies endêmicas foram maiores nos ambientes florestais em comparação a matriz aberta, enquanto que a abundância das espécies não-endêmicas foi maior na matriz comparada aos interiores de fragmentos. As duas espécies endêmicas mais abundantes na área de estudo ocorreram apenas nos habitats florestais, e a abundância das duas foi menor nas bordas do que nos interiores e, em um caso, também do que nos corredores. Por outro lado, a abundância de uma das três espécies não-endêmicas mais comuns foi maior nas bordas do que nos interiores. Assim concluímos os corredores ripários funcionam como elemento conector para a fauna endêmica de pequenos mamíferos da Mata Atlântica, amenizando os efeitos deletérios da fragmentação. No capitulo 3, ao avaliar a qualidade do habitat entre os corredores ripários, e bordas e interiores de fragmentos secundários, observamos que a oferta de recursos alimentares (artrópodes e frutos) para a fauna, assim como a estrutura da vegetação, em termos da estratificação da densidade da folhagem, não variou entre os diferentes tipos de habitat florestal. Nesse sentido, nossos resultados sugerem que, ao contrário do observado em florestas tropicais primárias, em florestas tropicais secundárias não há um efeito de borda claro sobre a qualidade do habitat em termos de estrutura da vegetação ou disponibilidade de alimento para a fauna nem mesmo em estruturas lineares como os corredores. Os resultados apresentados nos dois capítulos evidenciam a importância da manutenção dos corredores ripários para a conservação, em paisagens fragmentadas de Mata Atlântica, da fauna de um dos grupos mais diversificados de mamíferos.