Contribuição da elastografia por ondas de cisalhamento (2D shear wave) na avaliação dos nódulos tireoidianos indeterminados à citologia, comparando aos achados histológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Moraes, Pedro Henrique de Marqui
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5151/tde-20042023-124604/
Resumo: INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A punção aspirativa por agulha fina é incapaz de classificar um nódulo tireoidiano como benigno ou maligno em até 30% dos casos (Bethesda III e IV). A dificuldade do manejo clínico e seguimento destes nódulos levam grande parte destes pacientes à tireoidectomia, confirmando-se apenas cerca de 20% de nódulos com histologia maligna na análise histológica final. Este estudo propõe-se a selecionar os nódulos tireoidianos com maior risco para malignidade dentre os citologicamente indeterminados à punção aspirativa por agulha fina por meio da elastografia por ultrassom (EUS) 2D shear wave (2D-SWE), visando melhorar o teste diagnóstico pré-operatório e reduzir o número de cirurgias com objetivo de diagnóstico. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram avaliados 56 pacientes e 62 nódulos Bethesda III e IV após punção aspirativa por agulha fina (casos de atipia / lesão folicular de significado indeterminado ou neoplasia folicular / célula de Hürthle) por ultrassonografia convencional (modo B), duplex-Doppler colorido e 2D-SWE. Esses dados foram comparados com os resultados histológicos após a ressecção cirúrgica do nódulo (padrão ouro), que revelou 35/62 (56,4%) nódulos benignos e 27/62 (43,6%) carcinomas. Os parâmetros à ultrassonografia convencional avaliados foram: ecogenicidade do nódulo, dimensões, presença de halo, presença de focos ecogênicos, formato (se é ou não mais alto do que largo) e margens. Quanto ao Doppler, avaliou-se o padrão de vascularização: ausência de vascularização, vascularização exclusivamente ou predominantemente periférica e exclusivamente ou predominantemente central; bem como a média dos índices de resistividade de três artérias do nódulo. Os parâmetros elastográficos incluídos neste estudo foram: padrão de elastograma (mapa de cores), variando de I - para nódulos completamente amolecidos (azuis) a IV - para nódulos completamente duros (vermelhos); valor médio de deformação do nódulo (avaliado em m/s e kPa); razão de deformação entre o nódulo e o parênquima tireoidiano adjacente (RDT) e razão de deformação entre o nódulo e a musculatura pré-tireoidiana (RDM), ambas calculadas em kPa e m/s. RESULTADOS: Os preditores de malignidade foram identificados por meio de análise multiparamétrica por regressão logística múltipla, sendo a RDM (calculada em kPa) o melhor parâmetro para análise do risco dos nódulos indeterminados. Nódulos com RDM acima de 1,53 demonstraram 54,24 vezes maior chance para malignidade. O modelo utilizando os dois parâmetros produziu uma área sob a curva receiver operating characteristic (ROC) de 0,976 (intervalo de confiança de 95%: 0,945-1,000). CONCLUSÃO: Esses resultados indicam que a EUS 2D shear wave é capaz de selecionar os nódulos malignos dentre aqueles citologicamente indeterminados, evitando, assim, cirurgias realizadas para essa elucidação nesses grupos citológicos