Avaliação prognóstica dos pacientes com fração de ejeção ventricular esquerda reduzida e bloqueio de ramo esquerdo: correlação com valores e padrões de strain através da análise ecocardiográfica bidimensional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Linhares, Renata Rejane
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-23022022-122916/
Resumo: Perante as dúvidas que ainda norteiam as alterações mecânicas envolvidas na dinâmica do ventrículo em pacientes com distúrbio de condução, este trabalho propõe a investigação dos pacientes com disfunção ventricular esquerda e bloqueio de ramo esquerdo, pela ecocardiografia bidimensional associada ao método SpeckleTracking. Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva realizado na seção de ecocardiografia do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC). Selecionou-se pacientes estáveis com fração de ejeção menor do que 40% e bloqueio de ramo esquerdo, total de 107 pacientes. Destes, foram analisados os dados eletrocardiográficos, ecocardiográficos e do speckle tracking, considerando os valores e padrões de curvas do strain. Realizou-se a evolução clínica num período de quase 8 anos. As correlações obtidas entre os valores de strain com os dados eletrocardiográficos foram poucas e fracas, destacou-se a duração do QRS. Quando comparados com os dados ecocardiográficos bidimensionais, as melhores correlações obtidas foram com a fração de ejeção. Considerando-se os padrões dos tipos de curvas pelo método speckle tracking, observou-se que 51,4% eram atípicas e 48,6% típicas. Para todos os valores de strain com significância estatística, a média da curva típica foi maior (considerar o valor absoluto), significando melhor contratilidade. No grupo com dissincronia significante, entre os segmentos basais das paredes septal e lateral, observou-se maior duração do QRS (p<0,001), da deflexão intrinsicóide em V1 (p=0,039), menor fração de ejeção (p=0,008), maiores diâmetros diastólicos (p=0,017) e sistólicos (p=0,005), volumes diastólicos (p=0,012) e sistólicos (p=0,004) do ventrículo esquerdo, volumes diastólicos (p=0,003) e sistólicos (p=0,001) indexados pela área de superfície corpórea. Na presença de dissincronia significante observou-se uma prevalência maior do padrão de curva típica do que a atípica. O tempo médio de sobrevida para o desfecho primário, foi de 6,65 anos, enquanto que o tempo médio de sobrevida à descompensação por insuficiência cardíaca, transplante ou óbito, desfecho secundário, foi de 3,95 anos. Verificaram-se sobrevidas distintas por curva de strain apenas para o desfecho secundário. Observou-se que os pacientes com curva de strain típica apresentaram sobrevida maior do que aqueles com curva de strain atípica (45,93%±12,23 x 35,51%±9,23 respectivamente, p=0,016). O padrão de curva atípica possui risco igual a 2,213 (p=0,019) para desfecho clínico secundário. Pelo modelo de Cox univariado mostraram-se significantes para ocorrência de eventos, doença arterial coronariana (p=0,049), padrão da curva de strain (p=0,019) e strain global longitudinal (p=0,005).