Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Tavares, Caio de Assis Moura |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-14062022-093222/
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Resumo: |
Introdução: Embora o eletrocardiograma (ECG) seja utilizado rotineiramente para detecção da hipertrofia ventricular esquerda (HVE), os critérios utilizados apresentam baixa sensibilidade. Poucos estudos que embasam a prática clínica incluíram pacientes idosos e a performance diagnóstica do ECG nesta população é incerta. Recentemente proposto, o critério de Peguero-Lo Presti (PLP) apresentou uma maior acurácia que critérios tradicionais do ECG, mas não incluiu uma amostra representativa de idosos. Ademais, poucos estudos avaliaram a performance diagnóstica do ECG em pacientes com bloqueio de ramo esquerdo (BRE). Objetivo: i) comparar a performance do critério de PLP com critérios tradicionais do ECG em pacientes idosos; ii) avaliar a capacidade do ECG para detectar HVE em pacientes com BRE; iii) analisar a utilidade clínica do ECG em ambos os cenários (com BRE e sem BRE). Métodos: Entre janeiro de 2017 e março de 2018, 4.621 pacientes foram avaliados, com inclusão de 660 pacientes (592 na análise sem BRE e 68 com BRE) com ECG e ecocardiograma realizado com intervalo menor que 180 dias. Duas análises totalmente separadas foram realizadas de acordo com a presença ou não de BRE (definido pelo critério de Strauss). Para pacientes sem BRE, a performance diagnóstica, através da avaliação de sensibilidade, especificidade, escore F1 e área sob a curva (AUC) do critério de PLP foi comparada a dos critérios de Cornell voltagem (CV), Sokolow-Lyon (SL) e Rohmilt-Estes (com cortes de 4 e 5 pontos, RE4 e RE5, respectivamente). Em pacientes com BRE, sensibilidade, especificidade, valores preditivos, razões de verossimilhança, AUC e escore Brier de dez critérios do ECG foram analisados para avaliar o desempenho no diagnóstico da HVE. Nos dois cenários (com e sem BRE), HVE foi definida pelo ecocardiograma transtorácico e uma análise de curva de decisão foi feita para avaliar a utilidade clínica do ECG. Resultados: Em pacientes sem BRE, o critério de PLP obteve a maior sensibilidade comparado ao SL, CV (p < 0,001) e RE5 (p = 0,042), nominalmente a maior AUC (0,70 [IC 95% 0,65-0,74) dos critérios analisados e a maior acurácia diagnóstica avaliada pelo escore F1 (58,3%). Os critérios de SL e CV apresentaram maior especificidade que PLP (0,93 [IC 95% 0,89-0,95] e 0,90 [IC 95% 0,86-0,93], versus 0,82 [IC 95% 0,78-0,86], respectivamente; p < 0,05 para ambas as comparações). Em pacientes com BRE, nenhum dos dez critérios obteve desempenho diagnóstico satisfatório evidenciado pelo desequilíbrio entre sensibilidade e especificidade, e com baixo poder de discriminação (AUC entre 0,54 e 0,67). A análise da curva de decisão evidenciou que para os limiares de probabilidade testados, houve benefício líquido do ECG somente na população sem BRE, e o critério de PLP apresentou o maior benefício líquido. Conclusão: O critério de PLP obteve a maior acurácia diagnóstica e capacidade de informar a decisão de solicitar ou não exame complementar para avaliação de HVE, em pacientes idosos e sem BRE. Na subpopulação com BRE, nenhum dos critérios eletrocardiográficos tem capacidade discriminatória suficiente para recomendar seu uso para diagnóstico da HVE nem utilidade clínica |