Morfologia facial tridimensional e a função mastigatória após o tratamento das deformidades dentofaciais: follow-up de um ano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Simões, Joana Carolina Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17151/tde-11042023-082803/
Resumo: As deformidades dentofaciais (DDF) são anormalidades esqueléticas tridimensionais (3D) da face que demandam tratamento cirúrgico, ortodôntico e reabilitação miofuncional para recuperação da função mastigatória. Nesta tese, o objetivo foi analisar a modificação das medidas 3D do tecido mole facial e da função mastigatória, com investigação da condição miofuncional orofacial e da força de mordida máxima (FMM), após o tratamento cirúrgico da DDF classe II e da DDF classe III, em um follow-up de 6 e 12 meses. Na metodologia adotada, a amostra total foi composta por 46 sujeitos. Destes, 21 com DDF ±25 anos, submetidos à cirurgia ortognática, avaliados nos períodos pré-operatório (T0) e pós-operatório de 6 meses (T1) e divididos em 2 grupos: DDF Classe II (CII), composto por 10 sujeitos e DDF Classe III (CIII), composto por 11 sujeitos. O grupo DDF Corrigida (DDF-C) foi composto por 12 sujeitos, que mantiveram o acompanhamento no pós-operatório de 12 meses (T2). O grupo Controle (GC) foi composto por 25 sujeitos saudáveis ± 24 anos, com oclusão dentária em classe I de Angle. Todos foram submetidos aos mesmos procedimentos: avaliação antropométrica 3D da morfologia facial, por meio do escaneamento a laser e avaliação da função mastigatória, com investigação da FMM pelo gnatodinamômetro, da condição miofuncional orofacial e da mastigação, por meio do Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial com Escores Expandido (AMIOFE-expandido). Os resultados indicaram que no T0 houve desequilíbrio das dimensões do tecido mole facial, em que CII apresentou alongamento das alturas facial inferior e mentual, menor profundidade inferior e CIII menor profundidade média da face. Os grupos CII e CIII apresentaram DMO e FMM inferior em comparação ao GC. Entretanto, sem diferença entre as deformidades. No T1, as dimensões faciais se modificaram. Houve maior profundidade da face média, alongamento da altura labial e redução significativa de quase todas as distâncias do sentido vertical, para os grupos CII e CIII. Na direção anteroposterior, foram constatadas mudanças morfológicas em relação à profundidade inferior da face para os grupos de DDF. Houve melhora da condição miofuncional orofacial e da mastigação, mas não da FMM para os grupos CII e CIII. Já no T2, não foram constatadas diferenças morfológicas entre o grupo DDF-C e GC, exceto para a proporção da profundidade da face média/profundidade da face inferior. A função mastigatória manteve-se em evolução, inclusive a FMM, porém foi constatada diferença entre o grupo DDF-C e o GC. Foram encontradas correlações significativas entre as dimensões faciais e a FMM e, também, entre a condição miofuncional orofacial, no T0 e no T2. Dessa forma, concluiu-se que o tecido mole facial e a função mastigatória foram modificados pelo tratamento da DDF classe II e DDF classe III. As medidas de tecido mole acompanharam as modificações esqueléticas do tecido ósseo, principalmente na região mentual com a movimentação do ponto gnátio. A redução das medidas da dimensão vertical da face e o maior equilíbrio facial podem ter impulsionado a evolução da função mastigatória no período pós-operatório. Contudo, o grupo DDF-C ainda apresentou diferença para o GC, no T2.