Efeito dos teores de fibra e da adição de monensina ou óleo funcional no desempenho e emissão de metano de bovinos Nelore em terminação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Magnani, Elaine
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-04102017-110329/
Resumo: Foi avaliado o efeito do uso dos aditivos monensina (MON) ou óleo funcional (OF) e de diferentes teores de fibra insolúvel em detergente neutro proveniente da forragem (FDNf), no desempenho, emissão de metano, características de carcaça e qualidade da carne de bovinos Nelore em terminação. Para isso, foram realizados concomitantemente dois experimentos, utilizando no total setenta animais. Os experimentos 1 e 2 contaram com 30 e 60 bovinos machos Nelore não castrados, respectivamente. Sendo o peso vivo inicial 409 ± 6,36 e 407,4 ± 3,05 kg respectivamente e idade aproximada de 24 meses. A dieta era composta por feno de Brachiaria brizantha cv. Marandu, milho grão moído, farelo de soja, polpa cítrica moída, ureia, cloreto de potássio, cloreto de sódio e núcleo confinamento. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com dez animais por tratamento, sendo esquema fatorial 3x2 no experimento 2. No experimento 1, os tratamentos foram: controle (CTL), que consistiu em dieta base, sem aditivos; monensina (MON), dieta base com adição de monensina sódica (30mg.kg MS) e óleo funcional (OF), dieta base com adição de óleo funcional (500mg.kg MS). No experimento 2, os tratamentos foram: três concentrações de FDN provindo da forragem (6, 9 e 15% da MS) e dois aditivos: óleo funcional (500 mg.kg MS) ou monensina sódica (30 mg.kg MS). Os experimentos tiveram duração de 105 dias sendo 14 dias para a adaptação. As análises de variância para todas as características foram realizadas pelo procedimento MIXED do programa SAS. No experimento 1, os animais que receberam MON apresentaram maior CMS e dos nutrientes FDN, FDA e amido (kg.dia-1), comparado ao tratamento CTL. O uso de OF promoveu diminuição no CMS em quilos por dia e em porcentagem do PV e dos nutrientes, matéria orgânica, extrato etéreo, FDN, amido, proteína e carboidratos não fibrosos (kg.dia-1), comparado ao tratamento CTL. O uso dos aditivos promoveu melhora no comportamento ingestivo dos animais, sendo que os animais que receberam MON apresentaram maior tempo de ruminação (259,76 vs 185,7) e eficiência de ruminação (29,80 vs 21,48), comparado ao tratamento CTL. O uso de OF aumentou todas as variáveis de comportamento ingestivo avaliadas, comparado ao tratamento CTL (P<0,01). Os animais do tratamento CTL apresentaram seleção contra as partículas longas da dieta e os animais que receberam os aditivos MON e OF seleção a favor dessas partículas. O uso de OF promoveu aumento na digestibilidade da FDN (DFDN%) comparado ao tratamento CTL, sendo essa diferença de 21%. Os animais alimentados com o aditivo MON apresentaram menor valor de pH médio diário comparado aos animais do tratamento CTL, assim, como maior tempo com pH abaixo de 5,6 em h.dia, sendo em média 72,4% maior que o tempo do tratamento CTL abaixo deste valor. O fornecimento de MON ocasionou efeito anti-protozoário, diminuindo o gênero Entodinium em 24% e o gênero Epidinium em 78%. O uso de OF, por sua vez, diminuiu em 78% o gênero Epidinium, comparado ao tratamento CTL. Os animais do tratamento CTL apresentaram maior emissão de metano (g.dia), comparado ao uso de OF, sendo 15,5% a diferença nessa emissão. O uso de ambos os aditivos não promoveu diferenças nas variáveis de desempenho produtivo comparados ao tratamento CTL. Os animais do tratamento CTL apresentaram menores pesos de fígado (P = 0,08) e do trato gastrintestinal vazio, comparado ao uso de MON, além de maior profundidade da carcaça (P = 0,06) comparado ao uso de OF. Os aditivos não diferiram do tratamento CTL quanto ao peso de carcaça quente, rendimento de carcaça e rendimento do ganho. No experimento 2, a interação entre FDNf e os aditivos foi significativa para o consumo de MS (P=0,02), sendo o maior consumo observado no tratamento com inclusão de 15% de FDNf e uso de MON. Houve efeito quadrático dos níveis de FDNf para os consumos de extrato etéreo e amido, sendo os maiores valores obtidos com inclusão de 9% de FDNf. Também houve efeito quadrático dos níveis de FDNf para consumo de carboidratos não fibrosos, sendo que os níveis com inclusão de 9% e 15% de FDNf apresentam maiores valores comparados ao tratamento com inclusão de 6% de FDNf. Assim como, efeito quadrático para os consumos de nutrientes digestíveis totais e de energia metabolizável, sendo observados maiores valores com inclusão de 15% de FDNf. O consumo de FDN (% PV), assim como consumo de FDA (kg.dia-1), apresentaram efeito linear com a inclusão dos níveis de FDNf, sendo observados maiores valores com inclusão de 15% de FDNf. A interação entre o uso dos aditivos e os níveis de FDNf foi significativa para tempo de ruminação. Assim como para eficiência de ruminação. O uso de MON apresentou menor tempo de alimentação (TAL), tempo de mastigação (TMAST) e eficiência de alimentação, comparado ao tratamento com uso de OF. O TAL e TMAST aumentaram linearmente em função do aumento nos níveis de FDNf, sem diferença (P>0,10) entre os tratamentos com inclusão de 6% e 9% de FDNf. Foi observado aumento no coeficiente de digestibilidade da FDN com uso do aditivo OF comparado ao uso de MON. Os animais alimentados com MON permaneceram mais tempo consecutivo com pH entre 5,5 e 5,6 que os animais que receberam dietas com OF, assim como o tratamento com inclusão de 6% de FDNf. O uso de OF proporcionou aumento de 45% na população total de protozoários ciliados do rúmen. O tratamento com inclusão de 15% de FDNf apresentou maior número de protozoários do gênero Metadinium, entretanto, o número total de protozoários foi maior com a inclusão de 9% de FDNf. A média da emissão de metano (g.dia) do tratamento com uso de OF foi menor que a média do tratamento com uso de MON, sendo 14% essa diferença, entretanto, a emissão de metano (g.kg MS) e emissão de metano em porcentagem do consumo de energia bruta foi menor com uso de MON. O aumento na inclusão dos níveis de FDNf ocasionou efeito linear crescente na emissão de metano (g.dia) e CH4/GMD (g.kg), sendo que o aumento de 1% de FDNf na dieta, proporcionou acréscimo de 6,7% na emissão de CH4 (g.dia). O uso de MON promoveu aumento de 5% no peso vivo final e peso vivo vazio, comparado ao uso de OF, com incremento de 15% no GMD, entretanto, sem diferir na eficiência alimentar. Os animais do tratamento MON apresentaram maior espessura de gordura subcutânea, peso de carcaça quente, gordura renal, pélvica e inguinal, peso de fígado e peso do trato gastrintestinal vazio comparado aos animais que receberam OF como aditivo, entretanto, sem diferir quanto ao rendimento de carcaça e rendimento do ganho. Houve efeito linear crescente com a inclusão dos níveis de FDNf no peso do trato gastrintestinal cheio, sendo 26% maior no nível de 15% de FDNf comparado ao nível de 6% de FDNf. A carne dos animais alimentados com MON, apresentou maiores valores para as variáveis força de cisalhamento. Quanto ao perfil de ácidos graxos o uso de OF apresentou maior valor de ácidos graxos monoinsaturados e menor valor para n-3 comparado ao uso de MON. foi observado efeito linear dos níveis de FDNf para a variável suculência avaliada na análise sensorial, sendo o menor valor observado com a inclusão de 6% de FDNf, não diferindo entre os tratamentos com inclusão de 9% e 15% de FDNf. Os níveis de FDNf promoveram efeito quadrático na variável maciez, diferindo entre todos os tratamentos (P<0,10), sendo o menor valor observado com a inclusão de 6% de FDNf. O uso de óleo funcional é indicado visando melhora na digestibilidade da fibra e redução nas emissões de metano, entretanto, não se mostra superior ao aditivo monensina quanto ao desempenho dos animais. Dietas com baixa inclusão de volumoso, com até 6% de fibra em detergente neutro provinda da forragem, são recomendadas para terminação de bovinos em confinamento.