Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Machado, Érica |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-29072024-115118/
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Resumo: |
Tendo a realidade do preconceito de raça e gênero como pano de fundo, neste trabalho se busca desvendar como ele é perpetuado no mundo corporativo. O tema será desenvolvido a partir da construção de dois artigos acadêmicos voltados para a análise do papel da mulher e da mulher negra, especificamente, em conselhos administrativos. No primeiro artigo desta dissertação foi feita uma revisão sistemática da literatura. A busca foi realizada nas bases de dados Scopus, SciELO e Spell, abrangendo a América Latina e Brasil. Durante a pesquisa, foram encontrados 137 artigos, nos idiomas português, inglês e espanhol, que, após uma análise aprofundada, converteram-se numa base de conteúdo de 108 artigos. O objetivo dessa revisão sistemática de literatura foi entender como tem sido investigada a diversidade de gênero nos conselhos de administração, em termos de conteúdo, teoria e metodologia. Os resultados apontaram que a maioria dos conteúdos não fazia uma análise crítica sobre a perspectiva da participação das mulheres. As conexões e perguntas da pesquisa dizem respeito a: melhor desempenho financeiro; maior transparência nas informações de relatórios de sustentabilidade; ligações com impactos positivos para a sustentabilidade, mais conectada com o meio ambiente, e índice ESG. Destacou-se, nesta investigação, a ausência qualitativa que investigou, por intermédio de uma lente teórica interseccional, a presença de mulheres no universo corporativo, ou seja, tendo em conta três das dimensões da interseccionalidade: gênero, raça e classe social. Essa ausência é uma limitação para o estudo em contextos como o brasileiro marcado por uma latente desigualdade social. Ela também implica no reforço a uma categoria mulher universal, que apaga outras dimensões da matriz de opressões que as mulheres enfrentam. Por sua vez, no segundo artigo buscou-se apresentar a problemática do preconceito de gênero e raça no mundo das corporações, estudando a realidade de mulheres negras nos conselhos de administração. Por meio da revisão da literatura foram mobilizados conceitos, autoras e autores que abordam a questão do gênero, como articulado até hoje por meio das teorias feministas. A metodologia empregada nesse estudo foi qualitativa, e teve como método de investigação, como base, a história oral. Nele também se contou com a análise da história oral, trabalhando com a escrevivência, termo criado pela escritora e educadora Conceição Evaristo. Para trabalhar com a história oral, foram escolhidas duas mulheres negras: a primeira entrevistada é fundadora do Conselheira 101, programa que atua com a formação de mulheres negras para serem conselheiras administrativas, enquanto a outra entrevistada participou de uma das edições do programa. A intenção, com este artigo, era primariamente identificar as principais barreiras e facilitadores que as mulheres negras enfrentam para ascender na carreira e chegar à posição de conselheiras administrativas. Assim, nesta dissertação, se busca questionar e trazer à tona questões internas às empresas, que mostram claramente o reflexo de uma sociedade patriarcal que, escondida pelo mito da democracia racial, vem perpetuando um sistema de injustiça social. Desvendar essa temática por meio desses dois artigos não teve somente o objetivo de mostrar a existência do preconceito de gênero e de raça, mas também buscou conferir visibilidade ao problema, visando propor possíveis mudanças para o enfrentamento da injustiça social e organizacional no mercado de trabalho. Também teve por objetivo o registro e reflexão de movimentos de resistência mobilizados por e para mulheres negras, como forma de contestar as estruturas opressoras, machistas e racistas que, por vezes invisíveis, que impedem o avanço de mulheres negras. |