Movimento de mulheres negras e o Serviço Social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lira, Priscila Lemos [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/51917
Resumo: O presente estudo propõe-se a examinar a relação entre o Movimento de Mulheres Negras e o Serviço Social por meio da análise dos artigos referentes ao tema publicados na principal revista da área de Serviço Social, a Serviço Social & Sociedade entre os anos de 1988 e 2016. Esse período foi marcado por acontecimentos significativos para os Movimentos de Mulheres Negras no Brasil, como o I Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988) e a Marcha das Mulheres Negras (2015), dentre outras destacadas movimentações políticas que ocorreram nesse intervalo. Historicamente as mulheres negras são silenciadas, invisibilizadas e negligenciadas pelas políticas públicas e pelas produções acadêmicas. Embora sejam protagonistas de relevantes articulações, nacionais e internacionais, que alcançam conquistas significativas para a população negra como um todo, o Serviço Social não tem se apropriado das pautas levantadas pelos Movimentos de Mulheres Negras. Isto fica explícito na sua forma de não pesquisar, não elaborar formulações conceituais e não produzir conhecimento sobre essa parcela majoritária da população. Considerando o projeto ético-político da profissão e seu comprometimento com os movimentos sociais, esta falta de engajamento teórico e político com o movimento de mulheres negras é, no mínimo, contraditório e o que se verifica é que a pauta do Movimento fica a cargo somente das militantes e profissionais negras. Os índices de desigualdades sociais apresentam o racismo, o sexismo, a heteronormatividade, dentre outras formas de opressão, como fundamentais à reprodução da exploração capitalista. As mulheres negras, que compreenderam esta articulação, denunciam em suas ações as desigualdades das quais são alvo privilegiado e apresentam a necessidade de um novo pacto civilizatório, baseado no Bem Viver – princípio que se aproxima do objetivo nuclear à profissão: o fim da sociedade de classes. Qual será o engajamento do Serviço Social neste processo?