Sofrimento mental no trabalho policial militar: uma pesquisa de intervenção formativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Zanotti, Fernanda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-02122024-134031/
Resumo: A Polícia Militar - PM no Brasil é responsável pela preservação da ordem pública, que, segundo sua missão, abarca as noções de tranquilidade, salubridade e segurança pública. Para tanto, os policiais militares possuem uma atuação complexa e atendem a inúmeras e variadas ocorrências ao longo de sua jornada de trabalho, além de situações que perpassam as barreiras do tempo destinado ao trabalho e impactam nas condições de vida do profissional militar. Neste contexto, muitos policiais estão adoecendo e/ou perdendo sua vida em decorrência do trabalho. As estatísticas em segurança pública apontam para altos índices de suicídio de policiais militares, fator influenciador para esta pesquisa. Neste contexto, objetivou-se oportunizar a criação e promoção de espaços de aprendizagem expansiva no trabalho a grupos de policiais militares. A pesquisa desenvolveu-se no estado de Santa Catarina, por meio da realização de visitas e observações nas situações de trabalho, Análise Coletiva do Trabalho - ACT, entrevistas individuais e o desenvolvimento do Laboratório de Mudanças. Vários aspectos foram apontados pelos grupos como impactantes na relação trabalho/adoecimento. A análise e interpretação baseou-se na Teoria da Atividade Histórico-cultural e em conceitos da ergonomia da atividade. Houve a identificação de microciclos de aprendizagem expansiva durante a negociação da intermediação formativa, a discussão dos sistemas de atividades dos grupos envolvidos, o apontamento de contradições e a promoção de espaços de aprendizagem expansiva, por meio da transformação de alguns elementos nos sistemas de atividades, proporcionando o início do movimento para a transformação colaborativa. Houve a criação de espaços de aprendizagem com a participação ativa de diversos atores, especialmente com os praças e com o grupo de profissionais ligados à saúde dos policiais. A polícia militar é uma instituição complexa e demanda o aprofundamento e a continuidade das pesquisas de intermediação formativa para a promoção de espaços de aprendizagem em diferentes níveis de decisão, especialmente com a alta hierarquia. Sua atividade é fortemente condicionada com outros sistemas de atividade que comungam direta ou indiretamente, o mesmo objeto, o que configura desafios teóricos e metodológicos para os estudos de intermediação formativa multiníveis e multi-institucionais.