A importância da escala do problema no processo de aprendizagem da migração nordestina na metrópole paulistana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fonseca, Carlos Eduardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-11032019-104932/
Resumo: O presente trabalho trata sobre a insuficiência do ensino e da aprendizagem de geografia na educação básica apoiado na categoria lugar sem conexões com outras escalas de tempo e espaço do problema estudado. Atualmente, crianças e adolescentes em idade escolar encontram-se num meio técnico-científico-informacional e sociedade em rede, sendo, inclusive, considerados nativos digitais. No entanto, enfrentam dificuldades intelectuais para resolver problemas colocados pela contemporaneidade e estão expostos à estímulos diretos com pouca ou nula mediação humana, o que pode comprometer seu desenvolvimento intelectual e cognitivo. A geografia, enquanto conhecimento científico e disciplina escolar, pode contribuir substancialmente para o desenvolvimento desses jovens escolares, mas se focada em estudos limitados de um dado recorte espacial, sem conexões com outras escalas de tempo e espaço do problema estudado, será insuficiente. Esta pesquisa utilizou-se da aplicação de uma sequência didática em quatro turmas de oitavas séries e apoiou-se nos aportes teóricos de Lev Semionovitch Vigotski e Reuven Feuerstein, com a Psicologia da Aprendizagem e a Teoria da Experiência de Aprendizagem Mediada, respectivamente. Num primeiro momento os estudantes responderam a três questões-problema referentes à migração nordestina no país, porém a fizeram propositadamente sem qualquer tipo de mediação do professor. Noutro momento, após terem realizado atividades didático-pedagógicas em que o professor se utilizara dos três critérios universais da Teoria da Experiência de Aprendizagem Mediada de Feuerstein e de algumas das premissas de Vigotski, apoiando-se, sobretudo, em diferentes recursos pedagógicos e modalidades de linguagem, os estudantes refizeram as três questões. Paralelamente às atividades da sequência didática, os estudantes realizaram entrevistas com migrantes nordestinos do Distrito de Pedreira, zona sul da capital paulista, a fim de que pudessem ter contato com as memórias e representações de mundo dessas pessoas, num mundo de meio técnico-científico-informacional e significativas injustiças de toda a ordem. O objetivo de tal atividade fora que pudessem aprender geografia enquanto conhecimento científico, trabalhando com escalas de tempo e espaço que não somente restrita ao lugar do aluno, mas que pudessem transcender a noção de lugar enquanto espaço territorialmente isolado, fragmentado, com pouca ou nula conexão com outras escalas espaciais e temporais, de outros lugares. Obtivemos que os alunos apresentaram seus conhecimentos espontâneos fortemente atrelados ao lugar e ao que lhe é mais próximo, mas após serem mediados, demonstraram que começaram paulatinamente a operar cognitiva e intelectualmente conectando outras escalas do problema estudado, neste caso, a migração nordestina na metrópole paulistana.