O Acre na porta de entrada da imigração internacional: do Haiti para o Brasil (Brasiléia - AC/ 2010-2016)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Valtemir Evangelista de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-30052019-130241/
Resumo: O presente trabalho aborda recente e intenso processo migratório internacional do Haiti para o Brasil, ocorrido na cidade de Brasiléia, no Estado do Acre, no período de 2010 a 2016, como porta de entrada para o restante do território brasileiro. Brasileia, município pobre e distante dos grandes centros econômicos nacionais e culturais do Brasil contou com importantes atributos, na fronteira norte, porosa, separada, apenas, por rios, com frágil fiscalização, com intenso fluxo migratório de pessoas de diferentes nacionalidades, inclusive africana e até asiática, como o bengalês (16 diferentes nacionalidades no total), passando de um lado para outro, inaugurando uma rota internacional de migração, então organizados em redes de informações e transportes, impulsionados pela busca de melhores condições de vida. Os haitianos e outras gentes chegaram tangidos por grave catástrofe ambiental natural (terremoto de 7.3 na escala na Richter), que ceifou milhares de vidas, outros tantos amputados e deslocados, atingidos por graves questões político-econômicas e sociais internas, lançando-os a distantes paragens. As entrevistas realizadas, junto aos residentes locais e autoridades públicas, nas cidades de Brasiléia e Rio Branco, no Acre, demonstram as dificuldades enfrentadas nessa dramática travessia. Denotam, ainda, o acesso ao protocolo capaz de assegurar o conjunto probatório da legalidade interna, por meio do visto humanitário, com a inserção ao mercado de trabalho que, modo geral, nivelou todos no mesmo patamar, sem considerar formação e qualificação. De outra parte, havia a barreira linguística a ser superada. Dentro do contexto, ficou caracterizado que tal movimento migratório internacional, embora intenso, teve no território acreano, apenas uma passagem, contando com apoio institucional estatal, deslocou-se, via terrestre, para outras cidades, em diferentes regiões do país, como São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e outras localidades. Um fluxo intenso que movimentou a fronteira do Acre e instituições governamentais brasileiras.