Ordens e pedidos em língua italiana: um estudo da percepção de falantes nativos e aprendizes brasileiros a partir da teoria dos atos de fala

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Spadotto, Luciane do Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8148/tde-10052016-120022/
Resumo: Inserido no âmbito da Pragmática intercultural, o presente trabalho tem com objetivo investigar ordens e pedidos em língua italiana, identificando os elementos que caracterizam e diferenciam esses dois atos de fala a partir da percepção de falantes nativos e de brasileiros aprendizes de italiano. Nossas investigações foram motivadas principalmente por questões relacionadas à prática de ensino que, a nosso ver, precisa incluir aspectos relacionados à língua em uso e em contexto. Além disso, ao investigar ordens e pedidos, podemos, do ponto de vista linguístico, abordar o estereótipo segundo o qual os italianos seriam pessoas mais autoritárias em relação aos brasileiros. Para atingir nossos objetivos, elaboramos um questionário online composto por interações verbais entre falantes nativos, gravadas em áudio e vídeo, e diálogos extraídos de material cinematográfico. Os vídeos foram selecionados a partir de critérios que estabelecemos com base naquilo que é afirmado, sobre ordens e pedidos, pelas teorias e estudos que escolhemos para guiar a investigação. O questionário foi enviado a falantes nativos e a brasileiros aprendizes de italiano, aos quais pedimos que, após assistirem a cada interação, avaliassem o ato de fala em destaque e o classificassem como ordem, pedido, ou outro. Além disso, solicitamos que, após cada resposta, os informantes descrevessem os fatores que motivaram suas escolhas. Sobre a comparação entre ordens e pedidos, partimos da hipótese que os elementos que caracterizam esses dois atos de fala criam diferenças por estarem associados tanto à estrutura linguística quanto ao contexto que envolve a interação. A respeito dos italianos parecerem mais autoritários, nossa hipótese era que brasileiros reconheceriam de maneira diferente os elementos que constituem e diferenciam ordens de pedidos. Os resultados deste estudo confirmam, em parte, aquilo que assumimos como hipótese. Com a análise dos dados, observamos que, de fato, ordens e pedidos em língua italiana, tanto para falantes nativos quanto para brasileiros, são diferenciados pela estrutura linguística e pelos elementos contextuais que envolvem a interação. Ao compararmos os dados, verificamos também que, para justificar suas respostas, informantes italianos recorreram mais frequentemente a elementos prosódicos enquanto nas respostas dos brasileiros prevaleceram elementos de natureza pragmalinguística. Por fim, constatamos ainda que não há diferenças significativas entre a forma como italianos classificaram os atos de fala e o modo como foram interpretados por brasileiros.