Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Fernanda Rodrigues Leite de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-15082013-101853/
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Resumo: |
Com o intuito de superar os modelos tradicionais de atenção à saúde, caracterizados pela fragmentação e pelo elevado grau de especialização das intervenções, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) foi criada como dispositivo prioritário para a reorganização do sistema de saúde. Para tanto, é composta por equipe multiprofissional que deve atuar no desenvolvimento de ações de promoção da saúde, prevenção de adoecimento, tratamento e reabilitação com foco no indivíduo, na família e na comunidade. Com o objetivo de ampliar e apoiar o trabalho da ESF, o Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). Tais núcleos são compostos por equipes multiprofissionais que devem operar de acordo com a lógica do Apoio Matricial, trabalhando de maneira conjunta com a ESF. Para isso, os profissionais do NASF desenvolvem algumas ações estratégicas, como discussões de casos, realização de atendimentos compartilhados e ações de educação permanente. A partir da experiência profissional junto ao NASF foi possível verificar alguns impasses e dificuldades relacionados ao desenvolvimento das ações em Saúde Mental e também à integração das equipes de ESF e NASF. Que concepções de Saúde Mental e de cuidado guiam as ações? Como se dá a integração dos diferentes saberes e do trabalho entre os profissionais na construção de projetos terapêuticos? Frente a essas questões, este estudo objetiva discutir o panorama em que se insere a prática e a integração das ações em Saúde Mental desenvolvidas pelos profissionais da ESF e NASF. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa orientada pelo estudo de caso sobre uma equipe de ESF e NASF atuante em uma Unidade Básica de Saúde localizada na região leste do município de São Paulo. O diálogo com os profissionais foi articulado por meio da observação de reuniões de equipe, da análise de prontuários e da realização de grupos focais. Percebeu-se que, embora a implantação do NASF tenha possibilitado alguns avanços no sentido de facilitar a interdisciplinaridade, tanto a prática em Saúde Mental quanto a relação que se estabelece entre os profissionais e entre estes e os usuários expressam os automatismos do agir orientado por uma compreensão patologizante do sofrimento psíquico. As práticas prescritivas repetem os ordenamentos que pretendiam superar. Além disso, os profissionais referem sentimentos de frustração e angústia diante de situações que envolvem o cuidado em Saúde Mental. A integração do trabalho entre os profissionais esteve permeada por questões relacionadas à burocratização, à valorização dos aspectos quantitativos de produção, à gestão verticalizada, às relações de poder e de dominação de determinadas formas de pensar e agir, tudo o que corrobora para que se reproduza o mesmo tipo de modelo da atenção ao qual a ESF e NASF procura substituir. Nesse contexto, considera-se que potencializar espaços de escuta, acolhimento, diálogo e negociação, viabilizando o vínculo a partir do encontro entre os técnicos e entre estes e os usuários seja uma forma de criar brechas para a estruturação de intervenções comprometidas com a complexidade dos processos de adoecimento, subjetivação e produção de vida |