Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Motta, Gustavo de Moura Valença |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27160/tde-13032013-143600/
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Resumo: |
O trabalho investiga o surgimento e as transformações operadas pela vanguarda artística brasileira da noção de \"arte ambiental\", formulada a partir de 1966 por Hélio Oiticica - como parte da organização de uma cultura de resistência frente ao contexto político-social brasileiro inaugurado pelo golpe militar de 1964. No texto \"Programa Ambiental\" (1966), Hélio reconfigurava a noção de \"participação do espectador\" que havia surgido dentro do movimento neoconcreto (1957-1961) em chave realista, mediante a noção de \"ambientação\", ligada à problemática político-social mais ampla. Central nesta concepção seria a categoria de objeto: um \"sinal dentro do ambiente\" e não mais como uma \"obra de arte acabada\", objeto da contemplação do público. O \"objeto\" seria entendido, a partir de então, como um ativador de ações - cabendo, pois, ao artista, como o construtor desse objeto, a função de propositor. No \"Esquema Geral da Nova Objetividade\" (1967), tais questões serão abordadas por Oiticica como parte de uma problemática coletiva da vanguarda artística brasileira - dentro da qual, segundo H.O., a obra Nota sobre a Morte Imprevista (1965) de Antonio Dias teria atuado como um \"turning point decisivo\". A pesquisa traça os pontos de inflexão e as diferentes formulações que o \"programa ambiental\" recebeu desde sua primeira formulação teórica em 1966 até a edição do álbum Trama (1977) de Antonio Dias. Assim, no primeiro capítulo, a pesquisa procura demonstrar como Nota sobre a Morte Imprevista de Antonio Dias e os Parangolés e Bólides de Oiticica articulam de modo problematizante o \"ambiental\" e a noção correlata de \"participação do espectador\". A seguir, o capítulo 2 descreve a rearticulação do \"ambiental\" nas proposições reunidas por Antonio Dias no Project-book - 10 plans for open projects, para o qual Oiticica formula teoricamente os conceitos de enigmagem e probjeto. O capítulo 3 descreve o desenvolvimento da contraditória noção de modelo na série The Illustration of Art (de Dias), na qual a dimensão \"ambiental\" passa refletir criticamente sobre a dinâmica econômica e os interesses financeiros que permeiam a produção artística - dinâmica e interesses que, com o \"milagre econômico\" (1967-1973) levado a cabo pela política econômica do regime, passam a ditar cada vez mais a produção artística. O capítulo 4 aborda a edição do álbum Trama (1977), produzido por Antonio Dias, dentro do contexto da abertura \"lenta, segura e gradual\" do regime. Em Trama surge um novo uso do modelo reprodutivo e modular, para além daquele fornecido por The Illustration of Art, que procura dar ao espectador a possibilidade de uma visada retrospectiva e totalizadora. Trama adotaria a formulação da arte ambiental de Hélio Oiticica como modelo programático, mas como um programa impossível de ser seguido - visto que a obra realiza o \"ambiental\" apenas graficamente (e abstratamente), como modelo para a reflexão e crítica, que, num só movimento, propõe e frustra a \"participação do espectador\". |