As personagens femininas em Os Corumbas, de Amando Fontes: trabalho, prostituição, revolução

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bizarro, Maristela Sanches
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-16052022-204923/
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar as personagens femininas no romance Os Corumbas, de Amando Fontes, publicado em 1933. O autor, por meio da trajetória de uma família de retirantes, apreende o drama da exclusão social com foco privilegiado no operariado feminino e na prostituição, destacando o utilitarismo e a objetificação dos corpos. A obra, que fomentou a discussão sobre o romance proletário no Brasil e em Portugal, inovou pelo protagonismo das mulheres operárias cujas trajetórias, marcadas pela impossibilidade de emancipação, culminam no meretrício. Em contraponto à condição das mulheres, a luta operária aponta para a revolução como única possibilidade efetiva de mudança social. A análise da obra compreende as relações do romance de 1930 e do romance proletário com aspectos do Realismo e do Naturalismo, considerando que os temas representados (em especial a industrialização e o trabalho livre) relacionam-se com a modernização da sociedade brasileira nas primeiras décadas do século XX. Com características naturalistas expressas nas imagens das tecelagens, nas cenas de coletividade e na caracterização das personagens femininas, o romance problematiza a modernização e o trabalho exercido majoritariamente por mulheres. A partir da leitura histórica e do contexto da crítica, procura-se analisar a obra que apreende os impasses do Brasil no período, ao mesmo tempo em que reflete sobre os limites sociais, econômicos, políticos e culturais impostos às classes mais pobres