Meloidoginoses da cultura do tabaco: identificação de espécies, caracterização de isolados e reação de genótipos de Nicotiana spp. a Meloidogyne enterolobii

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Araujo Filho, Jeronimo Vieira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-02012013-162857/
Resumo: Espécies de Meloidogyne constituem o principal grupo de fitonematoides causadores de doenças em plantas. São espécies polífagas, distribuídas mundialmente e que se reproduzem profusamente nas mais variadas culturas agrícolas. O fumo não figura exceção, sendo severamente afetado por tais vermes. Globalmente, o controle destas moléstias é realizado essencialmente pela incorporação, em cultivares comerciais, de um único gene de resistência encontrado em Nicotiana tomentosa (gene Rk) e sabidamente efetivo contra às raças 1 e 3 de M. incognita. Todavia, a frequente ocorrência de plantas sintomáticas em cultivos nacionais sugere a existência de outros genótipos de Meloidogyne como agentes etiológicos da doença atualmente. Neste ensejo, realizou-se, no presente estudo, um levantamento das espécies de Meloidogyne ocorrentes em 39 áreas de plantio de fumo na região Sul do Brasil, em cultivares portadoras do gene Rk. Para isto, populações oriundas de raízes infectadas foram estabelecidas e mantidas em plantas de tomate e indivíduos das mesmas foram identificados em nível de espécie por meio da análise de isoenzimas (&alpha;-esterases), da observação de configurações perineais e do sequenciamento da região 18S-ITS1-5.8S do RNA ribossomal. Isolados obtidos a partir destas populações foram estabelecidos a partir de uma única massa de ovos, mantidos em plantas de tomate, agrupados em espécies com base nestes resultados e analisados quanto à patogenicidade em hospedeiros diferenciais e frente a várias características morfométricas. Identificaram-se M. incognita em dezoito amostras (46,2%), M. enterolobii em dez (25,6%), M. javanica em treze (33,3%), M. arenaria em duas (5,1%) e M. inornata em uma (2,6%). Populações mistas também foram encontradas (25,6%). Duas populações (5,1%) morfológica e bioquimicamente atípicas (LGM 27 e LGM 38) foram encontradas, mas com espectro de patogenicidade e sequências de 18S-ITS1-5.8S idênticas a M. enterolobii e M. incognita, respectivamente. Variações intra-específicas foram observadas sob o âmbito patogênico e morfométrico, porém geralmente próximas às suas descrições originais. M. incognita raça 2 foi predominante (79%) e variantes de M. enterolobii foi fato comum (40%). Tendo em vista a elevada ocorrência de M. enterolobii neste levantamento e a escassez de informações acerca de fontes de resistência a esta espécie, buscou-se, também, caracterizar, com base em índice de galhas (IG), a reação (resistência/suscetibilidade) de 97 acessos perante M. enterolobii. Destes, 7 genótipos (J102007T10, J1612008T12, J1612008T34, I112008T97, I112008T98, I112008T99 e I112008T100) foram identificados e avaliados em um segundo experimento. Estes mostraram-se como fontes promissoras de resistência, haja vista que exibiram valores baixos de severidade (IG<1,0). Diante dos resultados, depreende-se a necessidade de incluir resistência a biótipos virulentos, máxime raça 2, de M. incognita, a M. javanica, a M. arenaria e a M. enterolobii em cultivares comerciais. Sob este aspecto, este estudo definiu fontes de resistência para M. enterolobii, constituindo informação inédita na literatura fitonematológica.