Foraminíferos bentônicos vivos no talude continental e Platô de São Paulo, setores Norte e Sul da Bacia de Santos: fatores ambientais condicionantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Araújo, Beatriz Dias de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21136/tde-29092022-141213/
Resumo: A Bacia de Santos (BS), localizada na região sudeste do Brasil, possui características sedimentológicas, hidrodinâmicas e geoquímicas distintas ao Norte ao Sul da Ilha de São Sebastião (ISS). O objetivo deste trabalho é de avaliar a distribuição espacial e composição de Foraminíferos Bentônicos vivos (FBs) na BS, no talude continental e Platô de São Paulo (PSP), buscando compreender como as distintas condições hidrodinâmicas e sedimentológicas dos setores Norte e Sul da BS afetam a comunidade destes organismos. Para tanto, foram coletadas 12 amostras ao sul da ISS e 12 ao Norte, entre 400 e 2400 m de profundidade. Os FBs (corados com rosa de bengala) foram triados e identificados, e alíquotas de sedimento foram separadas para análise de granulometria. Os resultados mostram que os índices de diversidade, riqueza e densidade são maiores no norte enquanto no sul há a dominância de espécies. As análises multivariadas revelaram que a estrutura ecológica tem sua ocorrência segundo quatro setores da bacia: entre 400 e 700 m, entre 1000 e 1300 m, entre 1900 e 2400 m de profundidade e o talude continental ao largo de Cabo Frio (400 a 1300 m de profundidade). O Grupo I (400 -700 m) é caracterizado pela presença de espécies indicadoras de alta intensidade de corrente de fundo como a Globocassidulina subglobosa e a Trifarina bradyi e as espécies Islandiella norcrossi, Bulimina aculeata e Nonionella cf. clavata indicadoras de fluxo elevado de matéria orgânica (MO) metabolizável e blooms fitoplanctônicos. O Grupo II (talude ao largo de Cabo Frio) também possui espécies indicadoras de alta velocidade de corrente como a G. subglobosa e T. bradyi mas é marcado principalmente pela espécie fitodetritívora Epistominella exigua, bem como substrato mais arenoso e elevadas concentrações de feopigmentos no sedimento, revelando a influência da pluma de ressurgência de Cabo Frio (CF) e a provável influência do vórtice de CF no aumento da produtividade primária na região e consequente disponibilidade de alimento para os FBs. O Grupo III (1000 e 1300 m) é caracterizado pela alta concentração de silte e pelo acúmulo de MO no sedimento, com predominância de foraminíferos aglutinantes como os do gênero Reophax. Por último, o talude inferior e PSP (Grupo IV), demonstram ser regiões oligotróficas, com substrato lamoso, baixas velocidades de corrente e a associação de foraminíferos indicadores de escassez de alimento e/ou alimento refratário como a Reophax agglutinatus, Eratidus foliaceus e Reophax helenae. Há também a presença de espécies hialinas fitodetritívoras e oportunistas como Ioanella tumidula e Alabaminella weddellensis. Conclui-se que a quantidade e a qualidade do alimento são um dos principais fatores na distribuição das assembleias de foraminíferos e está intimamente relacionada à dinâmica hidrossedimentar e o acoplamento bento-pelágico no talude e PSP na Bacia de Santos.