Estudo epidemiológico de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) no município de Itambaracá, região norte do Estado do Paraná, Brasil, em áreas de influência do complexo hidrelétrico na bacia do rio Paranapanema, 2004-2006

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cruz, Mariza Fordelone Rosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
EIE
PCR
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-28072008-113243/
Resumo: Resumo. Foi realizado um estudo epidemiológico para avaliação dos fatores determinantes para a transmissão da LTA. O estudo foi realizado na área urbana, periurbana e rural da cidade de Itambaracá, incluindo a Vila Rural e as localidades de Porto Almeida e São Joaquim do Pontal, as duas últimas próximas à área impactada pelas hidrelétricas de Canoas I e II, no rio Paranapanema. Capturou-se de fevereiro de 2004 a junho 2006, 3.187 flebotomíneos. As espécies predominantes foram Nyssomyia neivai (34,36%), Pintomyia pessoai (32,57%), Migonemya migonei (11,61%), Nyssomyia whitmani (8,82%) e Pintomyia fischeri (2,73%) todas elas com capacidade de transmissão da doença. Para Ny neivai, houve predominância de machos e para as outras espécies vetoras, as fêmeas prevaleceram, com diferença estatística significante (p<0,001). As espécies mais abundantes, segundo o índice de abundância das espécies padronizado, foram Ny neivai, Pi. pessoai, Ny whitmani, Br. brumpti, Mg migonei e Pi fischeri. As maiores freqüências e diversidade das espécies foram encontradas na localidade de Porto Almeida (PA), seguida por São Joaquim do Pontal (SJP). Ny neivai apresentou médias sazonais mais elevadas e na distribuição mensal, picos em fevereiro, maio e outubro. A maior média horária desta espécie foi registrada das 19:00 às 20:00 h (1,2) mas mostrou-se ativa das 23:00 às 10:00 h da manhã. A prevalência de Acs da classe IgG para LTA em RIFI, na população humana foi de 6,73%, nos caninos de 1,75% e nos equídeos de 16,0 %. Em EIE/ELISA, a prevalência para os caninos foi de 16,49%. Na PCR, todos os cremes leucocitários correspondentes à soros reagentes a Acs da classe IgG (humanos), e Ac totais (eqüinos e caninos) foram negativos para Leishmania sp. No inquérito sócio econômico, verificou-se que a população entrevistada em sua maioria pertence à etnia branca e à faixa etária de 30-50 anos, recebem em torno de dois salários mínimos, possuem ocupações voltadas à agricultura e pecuária, nível de escolaridade fundamental (1º grau), habita casas de alvenaria, possuem animais domésticos com seus abrigos próximos às casas. Realizam atividades de trabalho e lazer em áreas de risco em proximidades às matas, áreas com animais silvestres e domésticos e com presença de matéria orgânica, que são fatores atrativos aos flebotomíneos. A população entrevistada, de uma forma geral, desconhece os aspectos da transmissão da LTA. Observou-se em todas as localidades amostradas a presença de flebotomíneos, com predominância de cinco espécies com capacidade vetorial de agentes da LTA, destacando-se Ny. Neivai , incluindo os peridomicílios. Houve transmissão ativa da doença, ocorrendo dois casos notificados e autóctones, em área de baixa freqüência de espécimes. A soroprevalência na população humana (6,73%) foi considerável, embora seja uma área de baixa ocorrência da doença. Nas localidades onde havia um foco mais recente da doença, em SJP, os cães e eqüinos apresentaram sorologia positiva. A alta prevalência de reagentes na sorologia observada em eqüídeos sugere que estes animais poderiam ser usados como sentinela para a detecção precoce da circulação do agente da LTA nas áreas estudadas.