Tradução, adaptação transcultural e estudo psicométrico do Teste Multifacetado de Empatia (MET)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lima, Felipe Fernandes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-01122022-123031/
Resumo: Introdução: Dentre os domínios que compõem a cognição social, destaca-se a empatia, que pode ser definida como a capacidade de compreender e sentir o que o outro pensa e sente, comunicando-lhe adequadamente tal compreensão e sentimento. No que diz respeito a avaliação deste construto, é possível identificar, na literatura científica, a existência de uma série de instrumentos/metodologias com tal propósito, com predomínio das escalas de autoavaliação, que apresentam baixa validade ecológica. Objetivo: Realizar a adaptação transcultural do Multifaceted Empathy Test (MET), fornecendo parâmetros de validade e confiabilidade para o uso na população adulta brasileira em versões computadorizada e online. Método: O estudo foi conduzido em três fases: a) Fase 1 - Processo de tradução e adaptação do MET; b) Fase 2 - Estudo psicométrico do MET - versão computadorizada; c) Fase 3 - Proposição e Estudo psicométrico do MET - versão online. Para conduzir a Fase 1, o instrumento foi traduzido do inglês para o português do Brasil por três tradutores. As versões foram sintetizadas por dois juízes e validada pela autora do teste. Em relação às Fases 2 e 3, as seguintes análises foram conduzidas: confiabilidade (alpha de Cronbach, Ômega de McDonald e teste-reteste); padrões de resposta aos itens (infit e outfit); funcionamento diferencial dos itens; discriminação de grupos conhecidos (sexo), validade convergente (com base nos instrumentos Interpersonal Reactivity Index, Escala Breve de Coping Resiliente, Escala de Estresse Percebido e Tarefa de Reconhecimento de Expressões Faciais). Verificou-se ainda a invariância entre as diferentes versões, com base nas análises do funcionamento diferencial entre os itens e na Análise Fatorial Confirmatória Multigrupo. Resultados: As amostras da Fase 2 e 3 foram compostas por 142 e 519 participantes, respectivamente, sendo a maioria do sexo feminino (Fase 1: 66,2%; Fase 2: 74,0%). A idade média foi de 32,41 (DP = 14,82) na Fase 1 e 32,29 (DP = 11,83) na Fase 2. A maioria das pessoas possuía mais de 12 anos de estudos (Fase 1: 62,0%; Fase 2: 86,1%). O processo de adaptação transcultural foi conduzido com adequação. As análises psicométricas indicaram que ambas as versões do MET apresentaram bons índices de estabilidade temporal (subescala cognitiva 0,22 - 0,82; subescala afetiva 0,34 - 0,87), coeficientes altos de consistência interna para a subescala afetiva (0,93 - 0,97), índices de infit e outfit adequados, capacidade discriminativa entre sexos (escore mulheres > homens), que reforçaram a validade clínica do instrumento, validade convergente com medidas de empatia (0,17 - 0,36) e com construtos correlatos (coping resiliente: 0,12 - 0,23; estresse: -0,29 - -0,19; reconhecimento de expressões faciais: -0,21 - 0,31). Por outro lado, os coeficientes de consistência interna da subescala cognitiva foram baixos (0,24 - 0,46). A equivalência entre as versões não foi atestada. Conclusões: De modo geral, o MET apresenta bons indicadores psicométricos e pode ser utilizado na população brasileira em contextos clínicos e de pesquisa. Seus pontos frágeis relacionam-se a falta de equivalência entre as versões e à consistência interna da subescala cognitiva, a qual aponta para questões ligadas à estrutura interna do instrumento, que devem ser melhor investigadas por meio de análise fatorial.