Parecer bom X parecer justo - o pedido de desculpas na gestão da imagem nas interações midiáticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Lima, Fabio Barbosa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-25102012-123425/
Resumo: Neste estudo, analisamos a realização linguística dos pedidos de desculpas em situações espontâneas no português do Brasil e no espanhol da Argentina. Os corpora são constituídos por fragmentos das atrações televisivas Big Brother Brasil e Gran Hermano Argentina. Ao nos voltarmos para os estudos pragmáticos para abordar a cortesia, considerando que este fenômeno linguístico-discursivo está apoiado no conceito de face, recorremos aos postulados de Goffman (1970), Brown & Levinson (1987 [1978]), Leech (1997), chegando até os mais recentes estudos, com teóricos como Haverkate (1994), Kerbrat-Orecchioni (2004, 2005, 2006), Bravo (1999, 2004, 2009), Briz Gómez (1996, 2001) e Álvarez Muro (2005). Nas interações analisadas do corpus do português do Brasil, observou-se uma forte valorização da imagem pública, com uma preocupação com a imagem junto aos telespectadores, ou seja, há a preocupação com a efetivação da desculpa e a volta da interação, valorizando o consenso. No corpus argentino, por sua vez, observou-se que a intenção primeira é a valorização da imagem pessoal frente ao interlocutor direto, sem um trabalho efetivo de imagem junto ao telespectador, de forma que expressar sua opinião e sustentá-la até o fim, mesmo ao custo da manutenção da interação, é mais valorizado que o consenso. Os resultados apontam que, se há, por um lado, o valor brasileiro de parecer bom, posicionando-se de forma contrária a qualquer atitude que possa ser considerada como preconceituosa, mesmo que isso custe o direito de defender sua opinião frente aos demais; do lado argentino, há a valorização do sentido de parecer justo, buscando a defesa do direito de expressar sua opinião e defendê-la, mesmo ao custo da manutenção da interação.