Vozes de Antígona: luto e comunidade em Antígona González

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Marcelo, Thais Neves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-11102024-133147/
Resumo: Diante da realidade violenta que se instaura em países latino-americanos e subjuga suas populações, é indispensável explorar as maneiras como a literatura contemporânea, nesses territórios, lida com tal contexto. Esta pesquisa tem como objeto de estudo a obra Antígona González, de Sara Uribe (2012), a fim de analisar as propostas estéticas e políticas que a escritora mexicana constrói com o objetivo de evocar as vítimas da violência estabelecida em seu país e reivindicar um processo de luto para elas. Logo, este trabalho visa responder aos questionamentos que se abrem durante a leitura do texto de Uribe, principalmente aquele que se refere à forma de representação das vítimas proposta pela autora, através da incorporação da voz testemunhal dos familiares dos mortos. Ademais, de forma mais ampla, a investigação objetiva analisar a maneira como o drama Antígona, de Sófocles, vem sendo resgatado, em diversos contextos, na abordagem do tema do luto, de modo a ampliar ainda mais a potência simbólica desse mito. Isso se torna fundamental uma vez que Antígona González é constituída por trechos não apenas da peça grega, mas também de textos teóricos e literários que têm como ponto de partida a imagem da filha de Édipo. Compreender como esses fatores operam dentro do projeto literário e político da escritora mexicana é importante para delinear a concepção de luto que está em jogo no texto. Nesse exercício, são caras as bibliografias que pensam a temática da perda, especialmente os estudos de Sigmund Freud, Jacques Derrida e Judith Butler. Para buscar um caminho que explique as especificidades desse processo em conjunturas como a do México, que é central na obra de Sara Uribe, também servirá de base para pesquisa o pensamento de Achille Mbembe, especialmente o conceito de necropoder