Ecos da altivez feminina : um percurso entre Antígona e Aurélia
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38910 |
Resumo: | Este trabalho tem como objetivo analisar as personagens Antígona, protagonista mítica da peça homônima escrita por Sófocles, e Aurélia, protagonista do romance Senhora, de José de Alencar, investigando como o comportamento altivo da primeira é refletido na segunda, podendo pontuar que é este traço de caráter, revelado por ambas, o principal motor das ações que se desenrolarão nas narrativas. Essa altivez rompe e subverte a expectativa dos lugares reservados à mulher nos imaginários das sociedades em que elas foram escritas: a Grécia Clássica e o Brasil do século XIX, comunidades em que o patriarcalismo vigente, cada qual a seu modo, torna a conduta de ambas desviante. Busca-se compreender de que forma elas subvertem os discursos e relações de poder referentes ao gênero, observado aqui como “uma maneira de referir-se à organização social da relação entre os sexos” (SCOTT, 1992, p.2), dentro do espaço e tempo correspondente a cada uma delas, verificando o desdobramento do comportamento de Antígona em Aurélia: segundo alguns teóricos da literatura comparada, como Sandra Nitrini (2015), todo texto é um eco de outro texto, assim sendo, podemos admitir que a altivez de Antígona, personagem mítica da antiguidade, ecoa em Aurélia, já no século XIX, fazendo ressoar a representação de mulheres insubmissas. Observamos, também, que os textos clássicos continuam configurando-se ainda como uma fonte inesgotável de inspiração e de reflexão sobre a experiência humana, uma vez que as ações de insubmissão de Antígona reverberam em grandes personagens femininas, usando-se, em nosso caso, Aurélia como prisma. Para compreendermos a estrutura do mito, utilizamos as teorias de Mircea Eliade (2017), além da Poética de Aristóteles (2017) para a questão das estruturas narrativas. Já no que tange às questões de gênero e poder, utilizamos o trabalho de Mary Beard (2018) como ponto de partida. |