A acessibilidade do doente ao tratamento de tuberculose no município de Ribeirão Preto (2007)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Arcêncio, Ricardo Alexandre
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-12012009-155057/
Resumo: Um dos grandes entraves no controle da TB na conjuntura atual consiste na acessibilidade do doente às tecnologias e aos recursos disponíveis. Assim, propôsse analisar a acessibilidade do doente ao tratamento de TB no município de Ribeirão Preto. Trata-se de um estudo seccional, realizado a partir da adaptação de instrumentos componentes do Primary Care Assessment Tool (PCAT), formulados e validados para avaliar os aspectos críticos da atenção primária desenvolvidos na Universidade de Johns Hopkins (Starfield 2000; 1998). Adequado e validado para o Brasil por Macincko e Almeida (2006), sendo adaptado para a atenção à TB por Villa e Ruffino-Netto (2008). A amostra do estudo foi por conveniência, selecionando-se duas fontes primárias de informações: Doentes diagnosticados de TB entre junho de 2006 a julho de 2007, acima de 18 anos, não pertencentes ao sistema prisional e profissionais de saúde que desenvolviam ações de controle nos Centros de Referência. A acessibilidade foi categorizada em 4 dimensões: Organizacional, Sócio-cultural, Geográfica e Econômica. Os entrevistados responderam cada pergunta segundo escala de possibilidades, do tipo Likert, com 5 posições. O processo de análise deu-se em duas etapas: Na primeira, compararam-se os centros de referência, aplicando-se os testes Anova e Kruskall Wallis, quando violados os critérios de homocedasticidade requeridos pelo teste paramétrico. A homocedasticidade foi confirmada pelo Teste de Bartlett. Na segunda etapa as fontes de informações foram comparadas, utilizando o teste qui-quadrado. Assumiram-se em todos os testes o nível de significância de 5%. A consistência interna do instrumento foi certificada pelo alpha de cronbach. Realizou-se 116 entrevistas, sendo 100 com doentes e 16 com profissionais de saúde. Em relação aos doentes, predominou o sexo masculino, com ensino fundamental incompleto, residente em moradia própria. No que tange aos profissionais de saúde, a maioria é do sexo feminino, com formação de nível médio. A maioria dos doentes foi encaminhada pelo pronto-atendimento ou hospital. Na dimensão geográfica, os achados apontaram como barreira ao tratamento, as distâncias entre os Centros de Referência a TB e os domicílios dos pacientes. Na dimensão econômica identificaram-se os gastos com viagens e as perdas no dia de trabalho. Frente à dimensão sócio-cultural, identificaram-se níveis insatisfatórios de educação em saúde e do envolvimento da comunidade. A busca ativa na comunidade não é priorizada no contexto dos serviços de saúde. Na dimensão organizacional, observaram-se níveis satisfatórios na realização de baciloscopias para o diagnóstico de TB e exames de HIV; todavia, o controle de comunicantes foi falho na maioria dos centros. Os trabalhadores não recomendam à comunidade os serviços de saúde onde desempenham suas ações com a mesma veemência dos doentes. Conclui-se que a educação em saúde, a busca ativa e o gerenciamento do tratamento são ações que devem ser priorizadas pelas equipes de saúde, de forma a ampliar a acessibilidade dos pacientes ao tratamento de TB.