Do confronto à governança ambiental: uma perspectiva institucional para a Moratória da Soja na Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cardoso, Fatima Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/90/90131/tde-24052010-160154/
Resumo: Este estudo analisa como mudanças institucionais no mercado da soja brasileiro proporcionam as condições para negociação de um sistema de governança ambiental para a produção na Amazônia. Em junho de 2006, as principais agroindústrias anunciaram um acordo inédito parao setor agrícola do país: Elas se comprometeram a não comercializa a colheita produzidas em novas áreas desmatadas da floresta amazônica. Esse acordo ficou conhecido como a Moratória da Sója e deu origem a um sistema de segurança multistakeholders para conter o avanço da produção sobre a floresta. O comportamento dos atores ligados à agroindústria da soja é a face mais visível de um fenômeno social que também tem seus componetes econômicos, culturais e políticos. O arranjo que surgiu no campo da soja faz parte de um movimento que se espalha por vários mercados contemporâneos, onde cada vez mais as organizações, em vez de esperar pelo Estado antecipam-se criando sistemas voluntários de gestão ambiental, por meio de protocolos e acordos voltados a reduzir os impactos ambientais negativos daquilo que fazem. A decisão de decretar a moratória e a consequente criação de um comitê de governança ambiental é analisada sob uma perspectiva histórica, na qual grupos dominantes e desafientes constantemente disputam nos campos sociais a definição das instituições que dão estabilidade aos mercados. A partir de novas vertentes teóricas da nova sociologia econômica e da teoria das organizações, as ações tomadas pela agroindústria são vistas não apenas como escolha racional a partir dos recursos internos das empresas e dos sinais do mercado, mas como resposta a pressão externa por legitimidade.