Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Moraes, Lucas Lopes de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-20042022-175429/
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Resumo: |
Iniciada em 2016, essa pesquisa tratou de observar e descrever as disputas em torno da implantação de um Sistema Cicloviário na cidade de São Paulo, envolvendo enunciados e práticas de ciclistas e seus coletivos sobre as mobilidades paulistanas. Tais questões associam-se a uma disputa que ganhou força e visibilidade desde as ações mais expressivas da gestão municipal de Fernando Haddad (2013-2016), que além da ampliação da malha cicloviária, investiu em corredores de ônibus, na diminuição da velocidade máxima do trânsito e na \"abertura\" aos pedestres de grandes avenidas aos domingos. Com a eleição de João Dória e Bruno Covas à prefeitura em 2016, e suas propostas de campanha de \"Acelerar São Paulo\", tais controvérsias se aqueceram. Observações de campo realizadas durante audiências públicas e manifestações permitiram descrever a maneira como as experiências cotidianas de ciclistas paulistanos são mobilizadas como modo de legitimar exigências de transformação dos espaços da cidade e das estruturas de mobilidade urbana. Essas traduções constantes colocam em relação diferentes modos de vida e concepções sobre a cidade, que demonstram que a cidade também é espaço de disputa política por visibilidade. Os trajetos para o trabalho, atividades de lazer e afazeres cotidianos aparecem como práticas que, ao serem realizadas pedalando, legitimam a presença do ciclista no ambiente urbano e forçam sua passagem e ocupação em espaços antes segregados e idealizados para a circulação dos carros. Diante do desdobramento dessas questões e da visibilidade que alcançaram nos últimos anos, buscou-se seguir esses atores \"até onde foi possível\", tomando o método etnográfico como norte metodológico, descrevendo as associações, práticas e enunciados de ciclistas e alguns dos coletivos paulistanos, e suas interlocuções com outros atores envolvidos no que foi definida como uma controvérsia sobre as mobilidades paulistanas. Uma controvérsia mapeada nos termos propostos por Bruno Latour (2012) e Tommaso Venturini (2010), pois diante do debate por mais ciclovias, pelo direito de mobilidade de ciclistas e bicicletas, atores humanos e não-humanos alçaram tamanha visibilidade que puderam colocar em questão os próprios modelos sedimentados de cidade e aquilo que poderíamos definir como modos de vida urbanos. Além do arcabouço teórico da Antropologia Urbana recorreu-se ao debate trazido pelos autores do Novo Paradigma das Mobilidades no intuito de debater os sentidos em torno das mobilidades paulistanas e suas implicações nos modos de vida de seus habitantes. |