O ambiente institucional brasileiro, corrupção e seus efeitos sobre as exportações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pereira, Franciele de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-13122021-162258/
Resumo: O efeito que as instituições de um país podem desempenhar sobre a economia vem ganhando evidência no campo dos estudos econômicos nas últimas décadas. Essas instituições, que se apresentam na forma de normas, burocracias, entre outros, podem influenciar a promoção de incentivos às atividades produtivas, as garantias de cumprimento de contratos e de acordos e as políticas sociais e distributivas, além de impactar o desempenho econômico de uma nação. Alguns estudos buscaram verificar essa relação e os mecanismos pelos quais a economia pode ser afetada pelo seu ambiente institucional. No entanto, a determinação de tal relação ainda pode ser considerada uma questão empírica e em construção, em especial em virtude da amplitude que o conceito que o termo instituições pode tomar e sobre suas formas de avaliação. Nesse sentido, esse trabalho busca contribuir para a temática tecendo dois estudos complementares entre si, analisando uma possível relação entre instituições e o desempenho político-econômico no Brasil. Para isso, foram definidos quatro períodos de análise, correspondentes a quatro gestões presidenciais no país. O primeiro compreende os anos de 2003 a 2006, o segundo de 2007 até 2010, o terceiro período inclui os anos de 2011 até 2013, e, por último, de 2014 até 2018. Essa decomposição facilitou traçar uma relação entre o desempenho das variáveis institucionais e o comportamento do cenário político-econômico brasileiro de cada administração. No primeiro estudo, discute-se de forma ampla a ligação entre a evolução de indicadores institucionais no Brasil, variáveis aplicadas no estudo para mensurar as instituições, e o cenário político-econômico. Através da análise descritiva foi verificado que dentre as dimensões institucionais avaliadas, a corrupção parece ter exercido maior influência, tanto nas atividades produtivas, como no desempenho dos demais indicadores alusivos às instituições. Com base nesse diagnóstico, um segundo estudo foi elaborado com a finalidade de avaliar o impacto dessa dimensão específica sobre a economia de forma mais robusta. A variável econômica escolhida consistiu nas exportações, em virtude de seu impacto para o crescimento do país. Empregando um modelo gravitacional expandido, as exportações do Brasil em direção aos seus principais parceiros foram avaliadas, corroborando a hipótese principal desse estudo, uma vez que o efeito da corrupção nas exportações brasileiras agregadas dentro do recorte temporal estipulado para análise foi negativo e significativo. Ademais, tal efeito parece ter se tornado mais evidente no período 4 de governo, que é também o que apresenta a percepção da corrupção mais elevada relativamente aos períodos antecessores.