Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Alda Graciele Claudio dos Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-25082014-121644/
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Resumo: |
Introdução: Processar seguramente os dispositivos cirúrgicos reutilizáveis é um cuidado indireto de Enfermagem do Centro de Material e Esterilização. Muitos desses dispositivos apresentam conformação complexa que dificulta a limpeza, deixando dúvidas quanto ao alcance da esterilidade, ausência de biofilmes e endotoxinas. Entre os produtos utilizados em cirurgia para extração de catarata por facoemulsificação, as vias de irrigação e aspiração são materiais com alto risco de ocasionar endoftalmite ou síndrome tóxica do segmento anterior ocular no próximo usuário. Feitas de silicone, possuem lúmen de diâmetro com 1 a 2,5 mm e comprimento de 1,85 a 2,00 m, configurando-se em material de difícil processamento. Seus fabricantes não apresentam protocolos validados para seu processamento, o que constitui um grave problema de segurança ao paciente. Objetivo: Validar um Procedimento Operacional Padrão (POP) para processamento das vias de irrigação e aspiração do kit de facoemulsificação. Método: Esta pesquisa caracterizou-se, como um estudo laboratorial, utilizando contaminação-desafio. O POP foi elaborado com base no referencial teórico científico atual e na legislação pertinente. Como corpos de prova foram usados tubos de silicone, reproduzindo as dimensões do lúmen e do comprimento das vias de irrigação e aspiração. A análise foi feita por meio da espectroscopia de infravermelho que validou a equivalência da matéria-prima dos corpos de prova ao dispositivo original. Como contaminação-desafio, foi utilizada uma suspensão de Pseudomonas aeruginosa - ATCC 27853 106 UFC/mL acrescida de 20% de albumina humana em meio de cultura enriquecido de Tryptic Soy Broth (TSB) com solução salina balanceada. Para a contaminação dos corpos de prova, foram injetados 3 mL do contaminante desafio no lúmen dos corpos de prova de 1 mm e 7mL nos de 2 mm de diâmetro, e deixados de 1 a 17 horas. Em seguida, estes foram submetidos ao POP proposto. Como desfecho intermediário, foi avaliada a eficácia da limpeza (n=30) com teste de bioluminescência (Clean-Trace ATP water test, 3M®). A eficácia da esterilização (n=30) foi avaliada por meio da inoculação direta dos corpos de prova em TSB, e a detecção das endotoxinas (n=30), utilizando kit cinético-turbidimétrico. Os experimentos foram acompanhados por grupos controles positivo (n=3) e negativo (n=3). Resultados: a média de ATP obtida após a aplicação do POP de limpeza, expressa em RLUs, foi de 5,25 RLUs para os corpos de prova de 1 mm de diâmetro e 4,40 RLUs para os de 2 mm. A redução da quantidade média de ATP em RLUs foi de 98,5% a 99,98% respectivamente, para os tempos de contato com o contaminante desafio de 1 e 17h. Quanto à quantidade da endotoxina, esta variou de <0,01 UE/mL a 0,0192 UE/mL. Não houve recuperação do micro-organismo teste em nenhuma das amostras do grupo pesquisado. Os resultados dos controles positivo e negativo foram satisfatórios. Conclusão: Os resultados demonstraram que o POP proposto assegura o processamento das vias de irrigação e aspiração do kit de facoemulsificação. Esta conclusão não deve ser extrapolada para os reusos consecutivos autorizados pelos fabricantes, sem a realização de novos testes até o número máximo de reusos permitidos, justificado pelo fato da superfície dos lumens poderem ser alteradas a cada processamento. |