Hepatites causadas pelos vírus B e C entre a população surda de Ribeirão Preto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Pacher, Bianca Messenberg
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-15082014-110519/
Resumo: As hepatites B e C constituem ainda importante problema de saúde pública no mundo, com cifras de portadores crônicos estimados em cerca de 350 milhões e de 170 milhões, respectivamente, fazendo com que número elevado de pessoas se encontrem sob risco de cronificação e evolução para cirrose hepática e hepatocarcinoma. Entre os fatores de risco mais conhecidos para hepatite B estão às transfusões de sangue e derivados, o contato com sangue e/ou com secreções, por relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas e/ou agulhas para uso de drogas injetáveis, tatuagem e piercing com material contaminado. A hepatite C é transmitida primordialmente por via parenteral e a sua prevenção faz-se de modo semelhante à hepatite B. Diversos fatores de risco para ambas parecem ser fazer presentes na população surda, a qual é historicamente marginalizada em termos de acesso a informações e serviços de saúde e sobre a qual não existem referências de investigações sobre hepatites virais. Esse trabalho teve como objetivos estimar a prevalência de sorologia positiva para hepatite B e C e investigar possíveis fatores de risco entre a população surda de Ribeirão Preto. Foram estudados 88 surdos, aos quais foi apresentado DVD explicativo sinalizado em Libras sobre características e riscos das hepatites B e C. Aos que concordaram em participar foi aplicado questionário padronizado e coletada uma amostra de sangue para realização de testes imunoenzimáticos para detecção dos marcadores HBsAg, anti-HBs, anti-HBc e anti-HCV, realizados no Laboratório de Sorologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. A análise sorológica revelou presença de infecção atual ou pregressa por hepatite B em sete participantes, correspondendo a 8% de prevalência total de marcadores (IC95%: 2,3 13,7). Ao se analisar as possíveis variáveis de risco, encontrou-se associação entre a infecção e as variáveis: ser nascido em outra Unidade Federada que não São Paulo e antecedente de encarceramento. Os participantes mostraram grande desconhecimento sobre aspectos básicos relacionados à transmissão das hepatites virais, indicando necessidade de políticas de saúde pública voltadas para esta população, e que levem em consideração suas particularidades linguística e cultural.