Impacto do receptor de estrogênio alfa na doença hepática gordurosa não alcoólica e metabolismo energético do fígado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Sucupira, Felipe Garcia da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17134/tde-10112023-165126/
Resumo: O estilo de vida e o aumento do consumo de dieta rica em gorduras contribuem amplamente para o desenvolvimento de obesidade, resistência à insulina, diabetes tipo 2 (DM2) e doenças cardiovasculares. Uma das consequências desse estilo de vida e dieta rica em gorduras é a Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA), que afeta cerca de 30% dos adultos e até 10% das crianças em países desenvolvidos. Doenças cardiovasculares associadas a complicações metabólicas, como resistência à insulina e obesidade, são menos frequentes em mulheres jovens do que em homens na mesma idade ou em mulheres após a menopausa. Mulheres após a menopausa, possuem um risco maior de intolerância a glicose, resistência à insulina, hiperlipemia e acúmulo de gordura visceral. Diversos mecanismos são atualmente considerados como causadores da resistência à insulina, como metabolismo anormal de lipídios e seu acúmulo ectópico, disfunção mitocondrial, inflamação e estresse de retículo endoplasmático. Nas últimas décadas, dados provenientes de estudos clínicos e experimentais revelaram que o estradiol contribui enormemente para a homeostase glicêmica. De fato, a redução da concentração de estrogênio durante a menopausa está associada com o aumento de gordura visceral e, por sua vez, doenças metabólicas como resistência à insulina, DM2 e doenças cardiovasculares. Também foi relatado que mulheres com síndrome de Turner, sem produção endógena de estrogênio, possuem um maior risco de desenvolverem DHGNA do que mulheres não portadoras da síndrome. Além disso, estudos recentes mostraram que o grau de fibrose hepática e/ou a taxa de progressão para carcinoma hepatocelular (CHC) em pacientes com DHGNA é maior em mulheres na pós-menopausa e homens do que em mulheres pré-menopausa. Esses achados sugerem que a disparidade de gênero na DHGNA provavelmente está relacionada a diferenças nos hormônios sexuais, tornando as mulheres mais resistentes à progressão da DHGNA do que os homens. Porém, permanece desconhecido como o estradiol está relacionado ao desenvolvimento e progressão da DHGNA. Sendo o fígado um órgão central no desenvolvimento do DM2, o objetivo geral desse projeto é estudar (in vivo) os efeitos causados pela ausência do receptor de estrogênio alfa (ERα) sobre o metabolismo energético hepático utilizando animais com deleção do ERα especificamente no fígado (sistema Cre-Lox). Podemos observar que a ausência do Erα promoveu mudanças significativas quanto a tolerância a glicose onde os animais knockout para o receptor se tonaram cerca de 15% menos tolerantes a variações de glicose, maior acúmulo de triglicerídeos hepáticos, e alterações significativas nas vias de gliconeogénese.