Caracterização da cunha sedimentar da Ilha de São Sebastião, São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Ivo Vieira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21136/tde-22022017-173756/
Resumo: A Ilha de São Sebastião, localizada no Embaiamento de São Paulo, representa a fronteira entre a plataforma ao sul, coberta predominantemente por sedimentos lamosos derivados da pluma de água do Rio da Prata, e a plataforma ao norte, onde a distribuição de sedimentos provém de múltiplas fontes e com granulometria variável. O ressurgimento gerado pelas dinâmicas de massas de água, através do avanço e retração da Água Central do Atlântico Sul, aporta quantidade considerável de sedimentos para a plataforma interna, que então são transportados devido aos regimes oceanográficos atuantes, com correntes que alternam sazonalmente e que fluem em resposta à direção dominante dos ventos. A interação entre estes sedimentos e a complexa fisiografia da costa da Ilha de São Sebastião possibilita a deposição de um depósito sedimentar em forma de cunha de escala quilométrica, identificado pela primeira vez durante o cruzeiro oceanográfico NAP-Geosedex, em 2013, a bordo do NOc. Alpha Crucis. A análise de dados sísmicos coletados com quatro tipos de fontes diferentes ao longo de três cruzeiros oceanográficos, aliada a resultados ainda não publicados de datação e taxa de sedimentação de um testemunho sedimentar de 4 m de comprimento, permitiram a proposição de um modelo genético e evolutivo para a cunha sedimentar. Ademais, propõe-se a inserção da cunha no contexto global de depósitos progradantes de sedimentos fluviais da plataforma interna, segundo as nomenclaturas Cunha Progradante Infralitoral (Infralitoral Prograding Wedge - IPW) e Depocentros Lamosos (Mud Depocenters- MDCs). O depósito é formado por uma unidade inferior transgressiva (TST- Unidade U1) subjacente a um depósito característico de nível de mar alto (TSNA), formado, por sua vez, por três unidades (U2, U3 e U4), que exibem padrões progradantes e agradacionais. De acordo com a análise do testemunho, as idades da base das unidades superiores U3 e U4 datam de 1484 e 422 anos, respectivamente, sendo estimada uma idade de 6520 anos para o início da deposição do TSNA, o que ocorreu ao final da subida do nível do mar após o Último Máximo Glacial. As características de idade e de estrutura interna da cunha sedimentar possibilitam concluir que se trata de um depósito misto, com características tanto de IPWs como de MDCs.