Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Duarte, Joana Márcia Martins |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22134/tde-18092020-100740/
|
Resumo: |
Justificativa: A sonda nasoenteral é a principal via de escolha para administração de nutrição enteral, líquidos e medicamentos diretamente no trato gastrointestinal. A inserção da sonda naosoenteral às cegas, à beira leito, é um procedimento comum nas instituições de saúde. A confirmação do seu correto posicionamento pode evitar eventos adversos graves, principalmente, os respiratórios. Embora o exame de raios X seja o método de primeira linha para confirmar o posicionamento das sondas nasoenterais, existem restrições quanto ao seu uso. Dentre os métodos clínicos não radiológicos, a ausculta epigástrica é a mais utilizada. Contudo, evidências científicas disponíveis a contraindicam. A mensuração do pH do aspirado gástrico é o método não radiográfico mais recomendado na literatura internacional por apresentar alta sensibilidade, apesar das suas limitações. A partir do exposto, observou-se, no hospital participante deste estudo, práticas não baseadas nas melhores evidências científicas para confirmar o posicionamento de sondas nasoenterais recém inseridas às cegas, à beira leito. A ausculta epigástrica é o método mais utilizado na instituição, seguida pelo exame de raios X. Objetivo: avaliar a concordância entre os métodos clínicos (ausculta epigástrica e mensuração do pH) na confirmação do posicionamento de sonda nasoenteral. Método: estudo transversal realizado em um hospital privado de médio porte do interior do estado de São Paulo. Participaram 49 pacientes que foram submetidos a 90 procedimentos de inserção e confirmação do posicionamento da sonda. Os métodos clínicos foram realizados na seguinte ordem: ausculta epigástrica e mensuração do pH. Em seguida, todos os pacientes foram submetidos ao exame de raios X. Os dados foram coletados por meio de dispositivo móvel e foram inseridos na plataforma on-line Survey Monkey®. Variáveis demográficas, clínicas e terapêuticas foram obtidas do prontuário médico. Foram avaliados parâmetros de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo. A concordância, entre os métodos clínicos e o resultado do exame de raios X, foi analisada por meio da estatística AC1, desenvolvida por Gwet. Resultados: A maioria dos pacientes foi do sexo feminino (67,3%), idosa (95,9%), com média de 82 anos de idade, branca (93,8%), aposentada (95,9%) e procedente do estado de São Paulo. O diagnóstico mais frequente, segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), foi a colocação de sonda gástrica ou duodenal, e a indicação principal foi a disfagia, seguida de inapetência. Todas as sondas inseridas eram de fino calibre, medidas para serem posicionadas no intestino. A ausculta epigástrica foi o método que apresentou maior sensibilidade (100,0%), porém menor especificidade (2,0%). A ausculta sugeriu que a sonda estava no estômago, quando de fato estava posicionada no intestino, em 51,1%. Ainda, em 2,2%, a ausculta foi positiva para posição gástrica. Contudo, a extremidade distal estava posicionada na junção esofagogástrica. A mensuração do pH apresentou sensibilidade menor (63,0%) que a ausculta, porém, maior especificidade (58%). Entretanto o valor é considerado regular. Ademais, o valor preditivo positivo da mensuração do pH foi de 55% e o negativo, de 66%. Não houve concordância entre a ausculta epigástrica e o exame de raios X (AC1 = 0,109; p = 0,372) e entre o método de mensuração do pH e o exame de raios X (AC1 = 0,206; p = 0,066). Conclusão: Os métodos clínicos avaliados, neste estudo, apresentaram limitações importantes que podem expor os pacientes a riscos. A ausculta epigástrica deve ser abolida da prática clínica e o exame de raios X permanece o método de primeira linha na confirmação do posicionamento de sondas nasoenterais recém inseridas às cegas, à beira leito. Implicações para a prática: Espera-se que os resultados deste estudo possam ser utilizados pelas lideranças do hospital e incorporados ao protocolo institucional para reduzir os riscos relacionados ao mau posicionamento de sondas nasoenterais. |