Escuta aos usuários classificados como azul em uma unidade de pronto-atendimento: um estudo de caso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Flavia Pereira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7144/tde-11112024-151532/
Resumo: INTRODUÇÃO: a procura de um usuário por um serviço de urgência deve ser acolhida sob as diretrizes do Acolhimento e Classificação de Risco nos Serviços de Urgência do Ministério da Saúde/2009. A Enfermagem do Pronto-Socorro Municipal Balneário São José, ao acolher o usuário que o procura, aplica a classificação de risco, de acordo com o Sistema Manchester, dividida em seis cores: azul, verde, amarela, laranja, vermelha e branca. Os classificados como azul são determinados pelas condições não agudas e observou-se, nesse pronto-socorro, um número expressivo desses usuários, 2675 entre fevereiro e julho de 2020. Dessa forma perguntou-se: qual o motivo para esta procura? Por que não buscaram a Atenção Primária em Saúde? OBJETIVOS: descrever os perfis gerais dos participantes classificados como azul; analisar as falas dos participantes segundo as dimensões estrutural, particular e singular implicadas na melhoria do fluxo de atendimento; analisar as principais razões pelas quais os usuários (as) classificados como azul procuraram o serviço de urgência e emergência; discutir os elementos facilitadores e as eventuais barreiras no acesso aos serviços de Atenção Primária; propor reformulação no sistema TEIA, inserindo novos itens de contrarreferência, como produto deste trabalho, com vistas a potencializar o dispositivo da contrarreferência do serviço de urgência à unidade de Atenção Primária; produzir um guia que auxilie os (as) usuários (as) e as famílias para facilitar a compreensão dos diferentes atributos institucionais da rede de atenção de abrangência local. METODOLOGIA: o trabalho desenvolveu-se como um estudo de caso na unidade de pronto-socorro, localizada na zona sul do município de São Paulo. A pesquisa é de natureza qualitativa, descritiva e exploratória. Buscou-se averiguar os motivos da procura na ótica dos usuários. Houve seleção prospectiva de usuários em processo de atendimento. Na entrevista, utilizou-se um roteiro semiestruturado para o levantamento de dados cujo conteúdo foi gravado com a anuência dos usuários e a aplicação do TCLE. RESULTADOS: abordaram-se aspectos sociodemográficos que, demonstraram a condição de alta vulnerabilidade do território; averiguou-se conhecimento sobre a rede pública instalada, incluindo a Unidade Básica de Saúde. Exploraram-se como percebem o problema, como decidem o percurso na procura de apoio, experiências de sucesso no atendimento, assim como as barreiras e as dificuldades encontradas. Verificou-se a queixa de dor presente na fala de 64,70% dos entrevistados. A análise ocorreu por meio da organização das falas por núcleos temáticos embasados no materialismo histórico e dialético, abrangendo-se as dimensões estrutural, particular e singular de fortalecimento e desgaste, que se interligam. CONCLUSÃO: os trabalhos relacionais são fundamentais para desenvolver os trabalhos humanos e as tecnologias leves como escuta, acolhimento e vínculos, definidores das atitudes que melhoram a comunicação entre os que procuram o atendimento das necessidades e aqueles que proporcionam os cuidados. Propôs-se a inclusão de novos itens no sistema TEIA, relativos à contrarreferência dos usuários classificados e atendidos como azul, do serviço de urgência e emergência para o serviço de Atenção Primária, bem como folder explicativo sobre os diversos serviços da Rede de Atenção à Saúde, reconhecendo-os como instrumentos facilitadores e potencializadores da comunicação.